O empresário José Batista Júnior, presidente do JBS Friboi, tranqüilizou produtores em Campo Grande (MS) ao garantir que a fusão com o grupo Bertin não vai pressionar os preços da carne e “quebrar” pequenos e médios frigoríficos.
“Não existe essa história de monopólio, esta é uma empresa brasileira, um projeto nacional, de capital aberto, onde você pode pegar o seu dinheiro e investir. Nossa idéia é a melhor possível, queremos transformar isso em um negócio positivo, inclusive para o produtor”, declarou, antes de uma palestra que ministrou durante a ExpoMS.
De acordo com o empresário, o produtor já sofreu demais e não pode mais se arriscar. “O produtor quer receber em dia e acho que estamos fazendo um trabalho importante na pecuária brasileira. Não podemos pagar mais que o preço do mercado internacional, mas também não podemos pagar menos”, declarou.
Ele disse que o fato da empresa ter aberto seu capital é um motivo de tranquilidade para a classe produtora, que teme quebradeira a partir do agigantamento da companhia.
“Esse trabalho não pode causar preocupação no Brasil, o que precisamos é derrubar barreiras e paradigmas. Precisamos nos organizar e aumentar o consumo per capto, porque só assim a matéria prima vai se valorizando”, observou, destacando a importância e exportar mão de obra e recuperar empresas internacionais.
O presidente do Friboi também anunciou que a companhia deve fazer novas aquisições comerciais, mas somente no ano que vem.
Varejo – José Batista Júnior também admitiu a possibilidade da empresa trabalhar no varejo, mas deixou claro que este é um projeto a médio e longo prazo.
“Não é uma coisa que vai acontecer do dia para a noite”, declarou.
Para isso acontecer, segundo ele, é preciso que os “atravessadores” sejam eliminados do mercado, para que tanto quem produz quanto quem abate não saia no prejuízo.
“Não podemos ter pessoas intermediando, atrapalhando, porque a segurança alimentar cai, e o lucro tanto da gente quanto do produtor cai consideravelmente”, avaliou.
O empresário também observou que a rede de distribuição também precisa ser melhorada para que o Friboi entre no mercado de varejo. “O problema hoje é a logistica”, finalizou.