As baixas temperaturas que, ao longo dos anos, tem estimulado o consumo da carne suína, já não têm influenciado tanto o consumidor, que nesta época tende a comprar mais do produto, como se esperava. Essa é a constatação de muitos suinocultores nas diversas regiões do País. No Paraná, na região de Francisco Beltrão cidade do sudoeste do Estado e grande pólo produtor de suínos, em que as médias de temperatura da semana não passaram de 20ºC e a previsão de mínima para os próximos dias deve chegar a 6ºC, não houve alterações no preço do quilo do suíno. A estabilidade do mês foi mantida, com preços alterando entre R$ 2,05 e R$ 2,20, segundo a Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Médias que também foram mantidas em outras regiões do Estado.
O mesmo acontece em São Paulo, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS). Ainda que a semana tenha apresentado maior volume na venda de suínos, 13.600 animais, cerca de 7% a mais que na semana anterior, a comercialização de carne suína é considerada baixa para a época do ano e período do mês. O quilo do suíno vivo foi comercializado entre R$ 49,00/@ a R$ 49,50/@, o equivalente a R$ 2,62 e R$ 2,64, respectivamente. Durante a bolsa de suínos realizada na segunda-feira, 21 de junho, alguns produtores demonstraram preocupação com os custos de produção, que em determinadas regiões é R$ 48,75/@, ou seja, quase o limite do preço de venda.
Já o mercado em Minas Gerais, por exemplo, está ajustado, sendo a oferta bastante compatível com a demanda. Segundo a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), essa semana os produtores comercializaram o quilo do suíno vivo a R$ 2,80, o mesmo preço trabalhado nas semanas anteriores e também em todo mês de maio. Na produção do Estado, o que se destaca é a relação de troca do quilo de suíno vivo e de milho. Segundo dados do Jox, FNP e bolsa de suínos de Minas Gerais, nos patamares atuais, cerca de 11 quilos de milho podem ser adquiridos com o equivalente a 1 quilo de suíno vivo, cerca de 30% a mais que no mesmo período do ano anterior. O mesmo cenário positivo se repete na relação com o farelo de soja, que aumentou 25%, chegando a 10,5 quilos de farelo de soja por quilo de suíno.
Em Goiás e no Distrito Federal, o mercado apresenta consumo estável e as cotações sem perspectivas de alta. Segundo a Associação Goiana de Suinocultores, o quilo do suíno vivo está sendo comercializado a R$ 2,70 na região. Já no Distrito Federal, segundo a Associação dos Criadores de Suínos do Distrito Federal (DFSuin), o preço do quilo do suíno vivo está sendo comercializado a R$ 2,80.
Declarações
“As vendas essa semana devem se manter no mesmos patamares, ainda que a demanda na segunda quinzena de junho tenha aumentado. Houve um alteração no preço de comercialização de insumos como milho e farelo de soja, mas o suinocultor da região ainda consegue comprar a preços mais acessíveis e manter sua rentabilidade.”
Marcelo Lopes, presidente da DFSuin
“Já estamos indo para a décima semana que o quilo suíno tem se mantido em R$ 2,80. A expectativa é sempre de melhora no preço, tanto que neste período em 2008 estávamos comercializando R$ 3,40 o quilo. Mas, o baixo valor de custo de produção, tem auxiliado o produtor na remuneração.”
João Bosco, presidente da Asemg
“O Estado apresentou algumas alterações de preço, sendo comercializado entre 2,70 a 2,80. Alguns produtores que também abatem, precisaram comprar animais do Mato Grosso para atender a demanda, pois a maioria dos animais ainda está muito leve para o abate. Acreditamos que essa semana se manterá estável, mas aguardamos um aumento na procura para os próximos dias.”
Crenilda Neves, gerente administrativa da AGS
Cotações Máx
SP R$ 2,64
PR R$ 2,20
SC R$ 2,20
GO R$ 2,80
RS R$ 2,26
MG R$ 2,80
DF R$ 2,80
MS R$ 2,20
MT R$ 2,10
CE R$ 3,90