Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), R$ 1,37 milhão do Valor Bruto de Produção Agropecuária Municipal de Paraíso do Norte é gerado pelo setor avícola, que além de contribuir para a arrecadação financeira municipal, oportuniza empregos para moradores da região direta e indiretamente.
Para o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni, a liderança do Paraná tanto na produção de frangos, desde 2000, como na exportação de seus produtos, desde 2012, reflete positivamente na dimensão social e sobre toda agropecuária e agronegócio. “A performance do setor da avicultura de corte passa a ser vista como um ‘caso de sucesso’, a ser copiado e seguido. Hoje, a atividade emprega diretamente 50 mil trabalhadores e gera ainda mais 500 mil empregos indiretos”, destaca.
O desenvolvimento socioeconômico dos 12 mil habitantes da cidade está diretamente relacionado à presença da avicultura na região. O município ocupa a 42ª posição entre as 399 cidades do Estado, no ranking que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – indicador da Organização das Nações Unidas (ONU) que considera os critérios de saúde, educação e renda, com nota 0,746 em uma escala que vai até 1.
Presente em Paraíso há quatro anos, a indústria avícola do Grupo GTFoods, que tem matriz em Maringá e comercializa as marcas Mister Frango, Frangos Canção, Gold Frango, Bellaves e Canção Alimentos pretende triplicar a produção. A empresa planeja ampliar a capacidade produtiva da unidade em aproximadamente 420%, passando o abate diário de 32 mil aves para 135 mil aves/dia /dia nos próximos dois anos.
“Para alcançarmos nosso objetivo vamos investir mais de R$ 15 milhões na região. Queremos aproveitar o bom momento do mercado para ampliar nosso alcance como marca. Nossa preocupação é executar as metas de modo sustentável, prevendo o crescimento em conjunto com o município e a população” analisa Rogério Gonçalves, diretor administrativo do GTFoods.
Simultaneamente a ampliação estrutural e aos investimentos, o grupo abrirá novas vagas para a indústria. “O quadro atual da planta é de 400 colaboradores. A intenção é contratar mais 200 em um curto período e posteriormente analisar a abertura de novas oportunidades”, conta o gerente de Recursos Humanos do grupo, Osni Manteli.
No campo
A cadeia produtiva avícola envolve desde a geração das aves até o abate. Sendo que os aviários tornaram-se uma excelente oportunidade de negócio pela possibilidade de parceria com a indústria por meio da integração. “As ações e atividades desenvolvidas na avicultura de corte do Paraná, refletem-se favoravelmente e beneficiam os produtores integrados via mais renda, empregos e ocupação da mão-de-obra, diversificação da propriedade, bem estar social e qualidade de vida”, explica o diretor do Deral.
No município de Guaporema, aproximadamente 30 km de Paraíso, o avicultor Natalino Lopes Franchim, integrado ao GTFoods, abastece a planta de Paraíso do Norte com sua produção. Há um ano e dois meses, ele decidiu deixar o trabalho na produção de cana de açúcar para dedicar-se a avicultura, principalmente pelo retorno financeiro.
“Nesse período já consegui dobrar a produção inicial. Como integrado tenho segurança para trabalhar, pois mediante a participação da empresa nos diversos ciclos da cadeia é possível saber que não faltará ração, insumos, veterinários e técnicos quando precisar”, conta Franchim.
Atualmente, são 414 aviários integrados ao GTFoods que atendem a unidade de Paraíso do Norte e região. O grupo possui parceria ainda com produtores rurais em mais de 30 municípios do Paraná, somando cerca de 1.000 aviários na integração. A indústria mantém também mais de 90 aviários próprios, somando uma capacidade total de alojamento de 22 milhões de aves.
O grupo
No ano passado, o faturamento bruto do Grupo GTFoods foi de $ 1,2 bilhão em 2013. A empresa, que teve origem na cidade de Maringá em 1992, é hoje uma das dez maiores exportadoras de frango do país, segundo ranking da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), com 1,3% dos embarques nacionais.
“Estamos com os pés fincados no Paraná, esse é o tamanho do nosso comprometimento. E o sucesso dos parceiros das nossas indústrias avícolas faz parte do nosso próprio sucesso. Isso porque se trata de uma relação de confiança, na qual todos saem ganhando. Esse vínculo é a chave do negócio”, afirma o diretor industrial do Grupo GTFoods, Ciliomar Tortola.
Produção avícola
A região Noroeste do Paraná responde por 9% dos abates estaduais. Nos quatro primeiros meses do ano já foram abatidas 46,5 milhões de cabeças de frango, de acordo com dados do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar). Ao todo, a produção paranaense foi de 508,6 milhões de cabeças até abril de 2014.
Líder nacional, nos últimos cinco anos, o abate no Paraná cresceu 20%, passando de 1,22 bilhão de cabeças em 2009 para 1,46 bilhão de cabeças em 2013. Nas exportações, a expansão foi ainda mais significativa, chegando a quase 50% nesse mesmo período. Atualmente, a cadeia movimenta mais de US$ 2 bilhões ao ano.
“A avicultura tem uma grande responsabilidade na economia paranaense, pois gera milhares de empregos diretos e indiretos e, consequentemente, renda às famílias – o que permite a fixação do homem no campo o desenvolvimento do interior. São poucos setores produtivos que conseguem fazer isso tão bem”, destaca o presidente do Sindiavipar, Domingos Martins.
Além da criação e do abate de frangos, áreas que concentram a maior parte da mão de obra, a avicultura emprega 600 mil empregos indiretos em segmentos como o de produção de ovos férteis, distribuição dos pintainhos e logística de transporte. A avicultura demanda também uma ampla gama de produtos e serviços de indústrias de diversos portes dedicadas à atividade, como a de comércio de equipamentos.