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Mercado Externo

Setor de frango quer dividir riscos com o varejo nos EUA

Pilgrim's Pride, do grupo brasileiro JBS, pretende assinar contratos de vendas com varejistas e restaurantes que dividem com o varejo a maior despesa da companhia - as rações.

Um número cada vez maior de processadores de frango nos Estados Unidos está pedindo a supermercados e restaurantes que compartilhem uma parte maior do risco resultante da volatilidade dos preços das rações para aves, o que aumenta o custo de produção, conforme relata o Wall Street Journal.

Segundo o jornal, a norte-americana Pilgrim’s Pride Corp, do grupo brasileiro JBS, pretende assinar contratos de vendas com varejistas e restaurantes que dividem com o varejo a maior despesa da companhia – as rações. Processadores menores estão dando passos semelhantes depois que os preços do milho atingiram níveis recorde em julho, de acordo com analistas, gerentes de restaurantes e executivos da indústria.

“São grandes mudanças em como lidamos como nossa carteira de negócios”, afirmou o executivo-chefe da Pilgrim’s, William Lovette, em conferência com investidores, depois que a companhia registrou prejuízo de US$ 162,5 milhões no terceiro trimestre. O prejuízo acumulado no ano é superior a US$ 400 milhões.

Em suas negociações anuais de outono, os processadores de frango estão pressionando seus parceiros para que assinem contratos ajustados às oscilações no mercado de grãos. Também estão buscando acordos de venda de duração mais curta, para que não fiquem presos por meses a uma situação adversa, caso subam os preços da ração.

“Estão querendo menos contratos de um ano. Querem fazer apenas de seis meses, ou mesmo de três meses”, disse o executivo-chefe Michael Mack, da rede Garden Fresh Restaurants, que controla 112 unidades em 15 Estados norte-americanos. Analistas preveem que os preços das aves subirão 5% até a metade do ano que vem, conforme os cortes de produção finalmente cessarem.

As redes de restaurantes e mercearias devem ter poucas alternativas a não ser aceitar novos termos contratuais, já que os preços elevados da carne bovina e suína limitam sua flexibilidade para mudar itens ou seleções de carnes em seu cardápio. Também enfrentam uma indústria de aves cada vez mais consolidada, em que um número maior de processadores estão pressionando por mudanças contratuais.

A estratégia atual da indústria de aves foi iniciada pela Tyson Foods depois do último salto nos preços das commodities, em 2008. Por anos, a maioria dos processadores de aves assinou contratos para fornecimento durante 12 meses – em alguns casos, com prazos até maiores. Mas a Tyson afirmou que planeja expandir o uso de contratos de curto prazo e de contratos atrelados ao custo da ração. As informações são da Dow Jones.