restringe aos esforços na pecuária bovina, para o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. Em outras cadeias produtivas, entidades e produtores também têm unido forças para otimizar os sistemas agropecuários do Paraná. Recentemente, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) comprou dois equipamentos para o Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, que é público e administrado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Avaliadas em R$ 300 mil, as novas máquinas – a Applied Biosystems® 7500 Fast Real-Time PCR Systems e a NanoDrop One Espectrofotômetro – serão utilizadas para detecção imediata dos vírus Influenza e Newcastle. A partir do RNA extraído das aves, os equipamentos permitem a análise simultânea de até 90 amostras. O diagnóstico é revelado com máxima precisão dentro de pouco mais de uma hora. Trata-se do mesmo método adotado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).
“Os novos equipamentos fazem a análise do RNA, verificando se existe ou não o vírus naquelas amostras. É um processo muito rápido, mais específico e sensível”, explica a médica veterinária e fiscal da Adapar, Maria Constanza Rodriguez. “Este método de análise é capaz de fazer a identificação mesmo que haja um único vírus na amostra. Em outras técnicas de sorologia, era preciso que houvesse uma quantidade maior de vírus. E na outra modalidade, era possível processar de 12 a 20 análises por vez: um número bem menor”, exemplifica.
Neste mês de agosto, uma comitiva de representantes do Sistema FAEP/SENAR-PR visitou o Centro de Diagnóstico para conhecer os novos equipamentos. Para o presidente da entidade, Ágide Meneguette, as máquinas vão contribuir para tornar a defesa sanitária estadual ainda mais robusta.
“Sozinho, não se consegue fazer nada. Os produtores rurais e o poder público têm que caminhar lado a lado, somando esforços. É uma convergência em que todos ganham. O maior beneficiado é o Paraná”, diz.
O Sindiavipar optou por bancar a compra dos equipamentos porque a biossegurança é uma das principais bandeiras da cadeia, segundo o presidente da entidade, Domingos Martins. O setor acredita que o resultado virá de forma natural: o reconhecimento internacional de que o Paraná tem um sistema sanitário seguro.
“Da porteira para dentro, todos os controles são muito bem feitos. Agora, precisamos comprovar isso para o mundo inteiro, por meio deste controle que é feito pelas autoridades oficiais”, afirma Martins. “O retorno deste investimento é a credibilidade internacional. Para as exportações, isso é fantástico. A avicultura do Paraná está em primeiro lugar no mundo porque tem qualidade, quantidade, preço e sanidade de ponta”, destaca.
Para começarem a operar, os aparelhos precisam ser certificadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para, em seguida, ser credenciados pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A Adapar já encaminhou um ofício ao Mapa, com vistas a acelerar o processo.