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Proteína Animal

Sistemas de produção aumentam qualidade da carne suína

Criação do rebanho passou por várias fases. Desenvolvimento atual inclui tecnologia de ponta  

Sistemas de produção aumentam qualidade da carne suína

Ao longo das décadas, a cadeia da suinocultura promoveu uma revolução nos sistemas de produção. Hoje, o resultado dessa profunda transformação pode ser visto na geração de emprego e renda para o país e à mesa do consumidor.

As mudanças envolveram várias gerações de produtores. Já nos anos 1960, o Ministério da Agricultura e os empreendedores da cadeia da suinocultura começaram a pensar novas formas de produzir uma matriz animal diferente da que era conhecida naquela época: o suíno com muita gordura.

O ministério e a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) passaram a discutir meios de tornar o suíno um animal que poderia oferecer uma proteína de qualidade.

“A associação foi estratégica com o ministério para acompanhar o registro dos animais e sair da produção de banha para focar na produção de carne”, conta Remi José Sterzelecki, engenheiro agrônomo com mestrado em produção animal e coordenador do Projeto Suínos da Emater do Paraná, a empresa de assistência técnica rural vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab).

Nos anos 1980, a cadeia da suinocultura dá outro passo na melhoria do rebanho e passa a investir pesado em pesquisa. O resultado foi um animal com genética mais desenvolvida para a produção de carne a custos menores.

A guinada observada naquela época ajudou a desenvolver uma cultura em busca de um animal que pudesse oferecer cada vez mais carne de alta qualidade. Remi, da Emater, que hoje uma dessas linhas de pesquisa é o desenvolvimento do chamado “suíno light”, uma espécie formada por até 65% de carne.

Outra linha de pesquisa está resultando na criação de um tipo de suíno especial, com cerca de até 140 quilos. A ideia é abatê-lo mais tarde do que o previsto para ganhar na maturação da carne. Segundo Remi, é preciso acompanhar o manejo da alimentação e de raças com crescimento mais tardio para obter esse tipo de carne.

“Essa pesquisa permite apresentação melhor dos cortes, como lombo e mignon, por exemplo. Quem faz produtos de qualidade prefere esse tipo de animal”, afirma o representante da Emater. A pesquisa também envolveu contatos com criadores da Itália e Alemanha, onde o abate era feito em prazos maiores do que no Brasil.