O Paraná é o segundo maior produtor de suínos do país, atrás apenas de Santa Catarina e, por isso, a fusão das duas maiores empresas compradoras de carne suína, Sadia e Perdigão, está preocupando criadores de todo o estado, principalmente os da região oeste, onde estão os maiores rebanhos.
O vice-presidente da Associação Paranaense dos Suinocultores do Paraná, João Batista Manfio, disse que desde o anúncio da fusão, os associados têm procurado informações sobre o mercado. “Estão preocupados porque o momento para a carne suína já não é bom desde outubro do ano passado”, explicou em entrevista à Rádio CBN Cascavel. “Estamos fazendo uma análise sobre o que essa fusão vai acarretar para o mercado, principalmente, em termos de preços”.
Hoje, segundo Manfio, o quilo do porco esta sendo comercializado a R$ 1,70 enquanto o custo para produzi-lo é de R$ 2,20, aproximadamente. “A cada 100 quilos produzidos, temos um prejuízo de R$ 50. Não dá para trabalhar assim”, lamentou.
Entre os motivos da crise na suinocultura, apontados pelo vice-presidente da Associação, estão as suspeitas de febre aftosa, em 2008, a crise internacional, desde meados do ano passado, e, atualmente, a gripe A, também chamada de gripe suína, mas que não contamina a carne do porco. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, o preço baixo do produto é gerado principalmente pela “crise de excesso de oferta” que se arrasta pelos últimos sete anos.
Tentando auxiliar o mercado de suínos, a Secretaria solicitou ao governo que inclua carne suína no cardápio das polícias Civil e Militar, na alimentação dos presidiários do estado e na merenda escolar.
Uma luz no fim do túnel para os produtores paranaense é a possibilidade de exportação do produto para a Rússia, que se daria por Santa Catarina.
Dados
A suinocultura no Paraná gera 217 mil empregos diretos e 298 mil empregos indiretos; a atividade é desenvolvida em 136 mil propriedades, a maioria em regime de economia familiar. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), são 4,87 milhões de cabeças.