A desova de 10 mil toneladas das reservas estratégicas chinesas de carne suína, através de leilão anunciado pelo governo, não implicará em excesso de mercadoria para consumo que possa limar as vendas dos fornecedores mundiais. Para o Brasil, pelo menos, pode até ser positivo se novas plantas vierem a ser habilitadas.
As 16 unidades frigoríficas brasileiras estão com a produção comprometida com a demanda da China. E, segundo Losivanio de Lorenzi, representante do maior estado produtor e exportador, Santa Catarina, “se novas unidades forem aprovadas, poderíamos ter um aumento de vendas no último trimestre, já que essa medida da China, que já vem sendo adotada, diminuirá mais os estoques do país”.
A decisão do Centro de Gerenciamento de Reservas de Mercadorias da China é tentativa de diminuir a pressão inflacionária sobre a carne de porco, afetada pela necessidade de compras internacionais desde que a peste suína africana se instalou no país em 2018.
Há uma lista de plantas já fornecida pelo governo brasileiro – envolvendo CNPJs novos e unidades de grupos já exportadores – à espera da liberação. Como há também de interesses das proteínas bovina e de aves.
A média mensal de embarques para os importadores do maior mercado consumidor mundial, pouco acima de 35 mil toneladas, está no limite da capacidade das empresas, avalia o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS).