Por Humberto Luis Marques
As negociações finalizadas neste ano do Acordo Mercosul-União Europeia foram o resultado de 20 anos de conversas entre os dois blocos econômicos. Para se tornar efetivo realmente, falta ainda, no entanto, a ratificação de cada um de seus países membros. O processo pode levar dois anos ou mais, dependendo da estimativa. O que é certo é a presença do tema sustentabilidade nestas discussões.
A preservação ambiental se tornou um assunto sensível às sociedades e fator de pressão nas mesas de negociações comerciais e de abertura de mercados no cenário internacional. O Brasil vinha atuando para demonstrar ao mundo ser possuidor de uma agrícola e pecuária sustentável, com a adoção de formas de produção ligadas ao conceito de Agricultura de Baixo Carbono.
Só que as recentes queimadas na região amazônica – e as declarações “infelizes” e demora em agir do governo federal – criaram uma imagem global negativa para o agronegócio do país, mesmo não tendo nenhum tipo de ligação direta com os ocorrido. O futuro disto pode ser futuras barreiras comerciais tendo como base aspectos ambientais, e até mesmo forma de pressão para negociações de preços em vendas internacionais.
O agronegócio brasileiro tem ainda muitas dificuldades de comunicação interna e externa, e até de articulação, quando a questão envolve sustentatilidade. “Sim, essa é uma deficiência do agronegócio brasileiro. Tanto do ponto de vista da comunicação com a sociedade quanto em relação às articulações que poderiam ser feitas para demonstrar a sustentabilidade de suas produções”, comenta o coordenador do Centro de Conhecimento em Agronegócio (Pensa-USP), ligado à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Claudio Antonio Pinheiro Machado Filho. Confira os principais pontos desta conversa clicando aqui.