A gestora de recursos Tarpon criou um fundo de propósito específico para concentrar seu investimento em BRF. Entre os cotistas do fundo estão o empresário Abilio Diniz e o fundo soberano de Cingapura (GIC).
Conforme descrito nos formulários chamados “13D” e encaminhados à Bolsa de Nova York, que negocia American Depositary Receipts (ADRs) da BRF, a Tarpon é a gestora do fundo, que concentra hoje a sua fatia de 8,8% da empresa de alimentos brasileira.
Para se transformar em um cotista desse fundo, Diniz aportou 5,5 milhões de ações da BRF que já possuía, equivalentes a 0,63% do capital da companhia. Dessa maneira, a participação direta do empresário na BRF diminuiu de 3,39% para 2,76%.
O GIC passou a ser cotista do fundo de propósito específico da Tarpon injetando recursos e não ações. Além da participação dentro do fundo, o GIC também concentra outros 3,83% da BRF.
A divulgação dessa estrutura foi feita no exterior, de acordo com os formulários, por conta de exigências da legislação americana. Dessa forma, Diniz e GIC deram transparência sobre seus investimentos na empresa, seja em participação direta ou via o fundo de investimento.
Ainda de acordo com as informações prestadas nos Estados Unidos, Tarpon, Diniz e GIC declararam que não têm nenhum acordo de voto que vincule as participações acionárias de cada um na empresa.
O fundo criado pela Tarpon, conforme os documentos, tem a missão de administrar a atual fatia da gestora na BRF e também de fazer novas aquisições, que serão concentradas nesse veículo. Procurados pelo Valor, Tarpon e Diniz não deram entrevista.
O empresário e a gestora se tornaram mais próximos ao fim de 2012. Em abril do ano passado, Diniz assumiu a presidência do conselho de administração da BRF. A Tarpon tem duas cadeiras no conselho de administração da companhia, uma delas ocupada por José Carlos Reis de Magalhães, fundador da gestora.