A manutenção da elevada taxa cambial, atingindo patamares históricos, foi responsável por um acréscimo de 12,61% do Índice de Inflação dos Preços Recebidos pelos Produtores (IIPR) no mês de agosto. Uma maior demanda interna e externa por alimentos junto com uma menor oferta também influenciaram o indicador. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (22/9), pela Farsul.
No ano, o IIPR acumula alta de 48,79% e em 12 meses chega a 62,30%, bem distante do IPCA Alimentos com 4,91% e 8,83% respectivamente. A diferença é reflexo da baixa atividade econômica em consequência das medidas protetivas no combate ao Covid-19, afetando muitos produtos que compõem a cesta do IPCA Alimentos.
A trajetória de alta da taxa cambial também vem encarecendo os insumos importados e impactando no Índice de Inflação dos Custos de Produção (IICP), que registrou aumento de 1,61% em agosto. A variação no preço do petróleo também teve influência no resultado. Em 2020, o acumulado do IICP atingiu 5,79%, o resultado só não foi maior em decorrência da queda no preço do petróleo no primeiro trimestre do ano. Em 12 meses, o IICP chegou a 6,52% enquanto o IPCA ficou em 2,44%.
A Assessoria Econômica da Farsul chama a atenção dos produtores para uma tendência de valorização do preço do petróleo com o avançar do ano. A propabilidade é que a taxa cambial se mantenha em um patamar elevado, fazendo com que os custos de produção sigam em trajetória de aceleração.