De acordo com artigo publicado pela Proceedings da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos da América (PNAS na sigla em inglês), uma nova aplicação da tecnologia de edição de genes CRISPR pode ser a chave para erradicar o vírus da leucose aviária.
De acordo com o documento, pesquisadores da República Tcheca produziram com sucesso aves resistentes ao vírus da leucose aviária, implantando células germinativas modificadas nos testículos de galos adultos. Os galos então passaram esse genes para os pintainhos ficando totalmente resistentes ao vírus.
“Introduzimos uma única exclusão de aminoácidos no gene que codifica o receptor necessário para o subgrupo J do vírus da leucose aviária para infectar células de galinha. Aqui, demonstramos que essa mutação confere resistência às galinhas ao subgrupo J do vírus da leucose aviária, um importante patógeno em aves domésticas. Além disso, apresentamos uma tecnologia de edição de genoma altamente eficiente em frangos”, detalha o artigo.
O que é a Leucose Aviária?
A leucose aviária (VLA), é uma doença causada por vírus da família Retroviridae, gênero Retrovírus, estão divididos em seis grupos (A, B, C, D, E e J), e podem causar imunossupressão em algumas circunstâncias. A Reticuloendoteliose, que também é doença neoplásica foi observada pela primeira vez em perus. Em frangos provoca refugagem e imunossupressão, mais esporadicamente o vírus pode causar a formação de tumores de evolução lenta. A infecção por Reovírus também pode levar frangos de corte a imunossupressão.
Leucose no Brasil
Em 1995, os machos de uma linhagem de matrizes pesadas apresentaram perdas por tumores, o diagnóstico foi dado como Leucose sem definição do subgrupo do vírus.
Em 1998 e 1999 o vírus volta a se manifestar causando perdas em lotes de reprodutores. Nesses surtos foram atribuídos ao subgrupo J, que na época foi associado a perdas significativas em linhagens de cortes em países de avicultura intensiva, como o Brasil.