Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agroindústria

Trabalhadores da BRF recorrerão à Justiça por PLR

Indústria se nega a pagar PLR referente às metas cumpridas em 2016 e se recusa a negociar com a categoria, afirma sindicato 

Advogados das entidades sindicais representantes dos 110 mil trabalhadores da BRF no Brasil irão se reunir no dia 9 de maio, em Brasília (DF), para discutir estratégias jurídicas em busca do pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). O evento será realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), que protagonizou duas manifestações contra a indústria de alimentos em São Paulo no mês de março. Os impactos da terceirização e das reformas trabalhista e previdenciária também serão abordados no encontro, assim como o custeio das entidades sindicais e conflitos de representações.

Dona das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, a BRF comunicou, no início de março, que não irá pagar a PLR aos trabalhadores sob a alegação de prejuízos causados por falhas de gestão e “cenário (econômico) difícil” no ano de 2016. Em vídeo, o CEO da empresa, Pedro Faria, afirmou que a “PLR não é uma obrigação da companhia para com seus funcionários”, e assumiu “integralmente a responsabilidade por esses resultados, como o líder maior da organização”.

No entanto, um levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), aponta que a receita líquida da BRF, em 2016, totalizou R$ 33,7 bilhões, 4,8% a mais do que em 2015.  O presidente da CNTA, Artur Bueno de Camargo, critica a resistência da empresa, que ingressou recentemente com quatro ações de proteção preventiva de posse (interditos proibitórios) na Justiça contra a CNTA.

“Temos exemplos de sobra sobre a falta de diálogo, como quando a BRF também se recusou a dialogar com representantes sindicais mesmo durante uma greve de trabalhadores do Paraná, no ano passado. Lamentamos termos de enfrentar tamanha resistência, até porque, principalmente, na atual circunstância, nós entendemos que é através do diálogo que podemos construir alternativas que possam atender as necessidades dos trabalhadores.”, comenta.