A Sadia encerrou o primeiro trimestre deste ano com prejuízo líquido de R$ 239,2 milhões, contra um lucro de R$ 248,2 milhões obtido no mesmo período de 2008. Custos e despesas maiores, além de uma forte perda nas operações financeiras foram os responsáveis pelo resultado negativo da companhia. Já a Perdigão fechou o primeiro trimestre com prejuízo de R$ 226 milhões, ante um ganho de R$ 51 milhões no mesmo período de 2008. Embora os motivos não sejam os mesmos, a perda registrada entre janeiro e março deste ano é similar àquela divulgada pela Sadia. Tradicionais rivais, as empresas estão em negociações bastante avançadas para fechar um acordo de fusão, que pode ser anunciado ainda esta semana.
A Sadia obteve faturamento bruto de R$ 2,86 bilhões entre janeiro e março, uma alta de 10,6% sobre o primeiro trimestre do ano passado. Da quantia total, 60% vieram das exportações e 40%, do mercado interno. A receita bruta da Perdigão somou R$ 3,035 bilhões no primeiro trimestre, com alta de 6,6% ante igual intervalo do ano passado. Isso foi resultado de uma alta de 4% na receita com exportações, para R$ 1,148 bilhão, e de uma elevação de 8,3% nas vendas no mercado interno, que geraram faturamento de R$ 1,887 bilhão para a companhia.
Na Sadia, o custo dos produtos vendidos e serviços prestados aumentou quase duas vezes mais, 19,3%, para R$ 2,07 bilhões. As despesas com vendas saltaram 16,4%, para R$ 413,7 milhões. Com isso, o resultado operacional seguiu ladeira abaixo. Importante medidor deste desempenho, a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) caiu 75,7%, fechando o trimestre em R$ 65,5 milhões. A margem Ebitda, relação entre geração de caixa e receita líquida, desabou de 11,2% para 2,5%.
Não bastasse a performance operacional, o resultado financeiro da Sadia mostrou-se negativo em R$ 260 milhões, ante uma cifra positiva de R$ 90,17 milhões no primeiro trimestre de 2008.
Perdigão- Após impostos e deduções, a receita líquida da Perdigão somou R$ 2,603 bilhões, o que significa crescimento de 5,7% na comparação anual. Como os custos aumentaram 7,4%, para R$ 2,068 bilhões, o lucro bruto da companhia teve leve baixa de 0,3%, para R$ 535,1 milhões.
Já as despesas operacionais saltaram 19,2%, para R$ 531,0 milhões e consumiram praticamente todo este resultado, levando o lucro operacional da companhia para apenas R$ 4,1 milhões. Em comunicado, a empresa explica a forte alta citando gastos maiores com armazenagem e distribuição, transferência de produtos a partir da unidade de Rio Verde, em função do incêndio, e também despesas mais elevadas com campanhas de marketing.
Com um resultado financeiro negativo de R$ 100,3 milhões, ou 190% maior que o de 2008, e mais um resultado não-operacional negativo de R$ 21,3 milhões, o prejuízo antes do IR e da CSLL foi de R$ 117,5 milhões.
Fora isso, a empresa teve ainda a conta de impostos negativa em R$ 108,3 milhões, decorrente da incorporação da Perdigão Agroindustrial, que tinha prejuízos fiscais no seu balanço.
O resultado da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 117,8 milhões, com uma forte queda de 36,8% sobre 2008, o que fez a margem Ebitda cair de 7,6% para 4,5%.
– Com informações do Valor Econômico