O governo Trump disse na quarta-feira que vai parar de exigir que as fábricas dos EUA que produzem ovoprodutos tenham inspetores do governo em tempo integral, na primeira atualização dos métodos de inspeção em 50 anos.
Sob uma nova regra que entra em vigor imediatamente, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos permitirá que empresas como a Cargill Inc e a Sonstegard Foods usem diferentes sistemas e procedimentos de segurança alimentar projetados para suas fábricas e equipamentos.
A mudança marca o movimento mais recente do governo Trump para facilitar as regulamentações governamentais sobre o sistema alimentar do país. Alguns inspetores e grupos de interesse público alertaram que a segurança alimentar pode ser prejudicada.
A nova regra afeta 83 usinas que o USDA vem inspecionando, segundo a agência. O USDA também assumirá a supervisão da Food and Drug Administration de instalações adicionais que produzem substitutos de ovo.
Os inspetores visitarão as fábricas uma vez por turno, em vez de estar lá sempre que os ovoprodutos estiverem sendo processados.
A mudança, proposta pela primeira vez em 2018, torna as inspeções consistentes com as de produtos de carne e aves, disse Paul Kiecker, administrador do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do USDA. Os inspetores irão operar sob um sistema de “patrulha”, no qual cobrirão várias fábricas por dia, disse ele.
“Estamos muito confiantes de que, com base na vez por turno que os temos lá, ainda seremos capazes de verificar se eles estão produzindo um produto seguro”, disse ele.
O grupo ambientalista Food & Water Watch disse em 2018 que o sistema de patrulha pode tornar as inspeções menos eficazes.
A nova regra visa fazer melhor uso dos inspetores e permitir que as empresas desenvolvam novos procedimentos de segurança alimentar, disse Kiecker.
As empresas devem implementar procedimentos operacionais padrão para sistemas de gestão de saneamento e segurança alimentar, conhecidos como Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle.
“Estamos dando a eles mais responsabilidade para garantir que estão produzindo produtos seguros”, disse Kiecker.
A pandemia de coronavírus interrompeu as vendas de ovos neste semestre, com o fechamento de restaurantes, escolas e escritórios reduzindo a demanda.