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Uso do biodigestor é estimulado na região do Triângulo Mineiro

Dia de campo será realizado hoje (27/02) para divulgar tecnologia para os suinocultores.

Redação SI 27/02/2004 – 06h50 – Cerca de 200 produtores rurais da região do Triângulo Mineiro terão a oportunidade de conhecer hoje o biodigestor processador que transforma em gás os dejetos animais em um dia de campo promovido pela Associação dos Suinocultores do Triângulo (AST) e pela Sadia. O objetivo é divulgar esse sistema alternativo de geração de energia, que emprega tecnologia européia e chegou ao Brasil há mais de 20 anos.

Na oportunidade, serão ministradas palestras sobre o sistema eficiente de tratamento dos dejetos de suínos, a forma econômica para a utilização da biofertilização, a produção de energia elétrica com biogás e o aquecimento de suínos e frangos com biogás. Também será montado um showroom com os equipamentos que utilizam o biogás.

Os produtores rurais poderão ver um motor funcionando no gerador e produzindo energia elétrica para o funcionamento de equipamentos elétricos. “Num futuro próximo, a Cemig deve comprar o excesso de energia produzida pelo biodigestor. Esta será uma vantagem secundária para o produtor rural, que terá o orgulho de contar com uma suinocultura com um ambiente tratado, com menos problemas com cheiro, aproveitamento maior e remuneração pela produção do gás, que deverá ser de um dólar por cada animal alojado”, conta o presidente da Associação dos Produtores de Suinocultura do Triângulo, Hélcio Pereira de Queiroz.

Novidade

O biodigestor é uma experiência nova em Minas Gerais e atende aos requisitos exigidos no Tratado de Kyoto que estabelece normas de preservação do meio ambiente. O Estado é o primeiro a receber a verba do Banco Mundial para ser utilizada no projeto biodigestor em Uberlândia. Poucas regiões do Brasil, incluindo Toledo, utilizam este sistema alternativo de geração de energia.

Em Uberlândia, apenas as fazendas Nossa Senhora das Graças e a Água Limpa têm o biodigestor, que foi instalado em 2003. Os proprietários dessas fazendas estão utilizando o gás metano produzido e canalizado por este sistema na produção de energia elétrica e calor. Essa nova energia pode ser usada no aquecimento de água e de campana em granjas de aves e suínos.

Os gases produzidos por lixões e dejetos de animais produzem gases que são prejudiciais à camada de ozônio. O biodigestor tem a função de captar esses gases e transformá-los em energia, que poderá ser consumida pelo produtor da forma que ele preferir. “Quando se queima o gás metano através do biodigestor, antes que ele chegue à atmosfera, dá-se o seqüestro do gás carbônico. A queima deste gás deve ter uma eficiência de 95%, mas a forma como o gás produzido e canalizado será queimado não importa”, explica Hélcio Pereira.

A verba para implantação do biodigestor nas propriedades rurais do Estado é ilimitada e o intuito é atender, sobretudo, os associados da AST. Pela avaliação da Associação, o produtor rural que tem em torno de três mil animais gastará entre R$ 60 a R$ 64 mil para implantação do sistema alternativo de energia. “O intuito maior do projeto é a adequação das propriedades às exigências ambientais. O produtor rural de Uberlândia e região está um passo à frente dos demais. Cálculos de alguns especialistas revelam que o biodigestor se paga em 24 a 36 meses por meio da própria produção de gás”, explica Hélcio Pereira.

Ele revela ainda que a produção de gás pelo biodigestor se transforma em créditos que serão devolvidos ao Banco Mundial em forma de moeda. Estes créditos serão comercializados e deverão ser comprados pelos países desenvolvidos, que não têm como interferirem diretamente na redução dos níveis de poluição que produzem.

O biodigestor está instalado na propriedade de Arthur Cesário de Castro, em Uberlândia, e o evento acontece das 9 às 13 horas. Os temas do dia de campo serão apresentados pelos especialistas Jorge Deluca, Egídio Arno Konzen e Wilian Gomes Eugênio.