Em 23 de maio, China e Brasil anunciaram que assinaram um Protocolo de Requisitos Fitossanitários que permitiria a exportação de milho brasileiro para a China. De acordo com as informações disponíveis, antes que o comércio possa começar, os estabelecimentos de exportação devem primeiro ser registrados no governo da China.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) se o comércio em grandes quantidades começar, isso poderia remodelar os fluxos globais de comércio de milho. Em 2020/21 (out/set), a China importou quase 30 milhões de toneladas de milho; quase 70 por cento foi importado dos Estados Unidos e a maior parte do restante da Ucrânia. Em março de 2022, o mês mais recente de dados publicados, a Ucrânia exportou apenas 1,1 milhão de toneladas de milho, com cerca de 400.000 toneladas indo para a China. Em comparação, as exportações de milho totalizaram 2,6 milhões de toneladas há um ano, com quase metade desse volume indo para a China. Dado que as exportações de milho da Ucrânia estão atualmente restringidas pela guerra em andamento, a China parece estar procurando suprimentos em outros lugares.
O USDA aponta que o Brasil é um bom candidato a fornecedor alternativo durante o restante de 2021/22 e 2022/23. A produção da atual safra de safrinha se recuperou do ano anterior e espera-se que os suprimentos exportáveis sejam amplos até o final do ano. Além disso, a produção e as exportações para o outyear estão previstas em mais um recorde.
O relatório sobre o mercado global de grãos prevê que a a China deverá ser o maior importador de milho do mundo em 2021/22 e 2022/23, embora as importações ano a ano caiam para 18,0 milhões de toneladas, principalmente devido às restrições acima mencionadas na Ucrânia. Conforme apontado no relatório de fevereiro de 20221, as importações de milho da China estão altamente concentradas. Embora o momento e o volume potencial das importações brasileiras de milho sejam incertos, este acordo representa uma tentativa de diversificação para a China, bem como um mercado potencialmente importante para o Brasil.
Preços do milho
De acordo com o relatório publicado pelo USDA, desde de maio, os lances sul-americanos pouco mudaram, enquanto os lances dos EUA diminuíram. Nos Estados Unidos, o avanço do plantio melhorou ao longo do mês de maio e, a partir da semana encerrada em 5 de junho, foi superior à média dos 5 anos anteriores. As ofertas dos EUA caíram US$ 17/t para US$ 338. Os lances brasileiros ficaram inalterados em US$ 331/t e os argentinos caíram apenas US$ 1/t para US$ 307. As propostas ucranianas permanecem inéditas.
A possibilidade de abrir um “corredor de grãos” fora da Ucrânia injetou alguns incerteza no mercado, mas as discussões estão em andamento.