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Venda externa favorece Seara

A receita total da empresa com as vendas no primeiro semestre foi de R$ 1,119 bilhão, aumento de 24,4% sobre igual período de 2003.

Da Redação 06/08/2004 – 06h32 – O resultado da Seara Alimentos  foi beneficiado pelo aumento das exportações no primeiro semestre deste ano. A receita total da empresa com as vendas foi de R$ 1,119 bilhão, aumento de 24,4% sobre igual período de 2003. Já o lucro do frigorífico alcançou R$ 47,1 milhões no primeiro semestre, 253,5% mais que entre janeiro e junho de 2003.

Naquele período do ano passado, o lucro da Seara foi mais modesto – R$ 13,3 milhões – porque suas vendas foram afetadas pela suspensão russa às importações de carne suína de Santa Catarina por conta dos casos de Aujeszky em suínos do Estado, recordou Ivo Dreher, diretor financeiro da companhia.

O que explica o bom desempenho do primeiro semestre deste ano, segundo Dreher, é o aumento das exportações de carnes de frango e suína. Ele acrescentou que a maior demanda por frango – por causa da gripe das aves – na Ásia deu sustentação aos preços internacionais, que subiram 20%, em média. Segundo Dreher, as vendas de suínos cresceram, apesar das cotas russas – que reduziram a participação do Brasil naquele país – porque a Seara ampliou negócios com outros mercados, como a América do Sul. Ele acrescentou que a redução dos custos e a melhora da produtividade também contribuíram para o resultado no semestre. Além disso, foram exportados produtos mais elaborados, de maior valor.

No mercado externo, os volumes vendidos pela Seara cresceram 13,6%, para 206,7 mil toneladas no primeiro semestre deste ano. Em receita, foram R$ 817,6 milhões, ou seja, 73% do faturamento total da companhia. No primeiro semestre de 2003, as vendas externas equivaliam a 69% da receita. A meta, segundo Ivo Dreher, é que as exportações fiquem em torno de 70% da receita bruta da companhia.

O resultado do segundo trimestre deste ano (lucro de R$ 37 milhões, alta de 610,6%) foi fundamental para o resultado do semestre, quando a geração de caixa (Ebitda) ficou em R$ 112 milhões contra R$ 62,5 milhões entre janeiro e junho de 2003.

Com o aumento das exportações de carne de frango e carne suína, as vendas da Seara recuaram no mercado interno. A queda foi de 6,7%, para 81,2 mil toneladas. O faturamento no mercado interno subiu 8,2%, alcançando R$ 301,6 milhões “devido ao aumento dos preços de venda causados pela majoração da alíquota da Cofins e ao aumento dos custos de produção”, segundo a empresa.

Apesar da queda dos volumes no mercado interno, a empresa registrou um crescimento de 4,7% na venda de produtos industrializados no segundo trimestre. “O mercado doméstico já sinaliza crescimento de consumo e deve ter melhoras no segundo semestre”, avalia Dreher.

O endividamento financeiro líquido da Seara estava em R$ 534,3 milhões em 30 de junho deste ano, contra R$ 484,9 milhões um ano antes. De acordo com Dreher, o aumento decorre do crescimento da produção e vendas, dos maiores custos dos estoques por causa do atraso dos embarques em função do embargo russo – já levantado – à carne suína em junho, após o surgimento de aftosa no Pará.