Os programas governamentais não foram suficientes para sustentar as vendas internas de tratores em abril. Mesmo com os incentivos, o volume das unidades negociadas no período caiu 8,6% em comparação ao ano anterior, para 3,33 mil unidades, conforme informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Para representantes das indústrias, a queda não é significativa porque o volume dos financiamentos por meio dos programas de incentivo à compra de máquinas podem variar dependendo do mês.
Ainda assim, conforme dizem, o acesso ao crédito ainda é o principal problema encontrado no setor. Segundo Milton Rego, vice-presidente da Anfavea, os tratores de pequeno porte destinados à agricultura familiar foram responsáveis por 65% das vendas em abril. “A queda não é preocupante. O que preocupa é a participação que os tratores pequenos têm nas negociações”. Não fosse os programas de governo, prosseguiu, a queda seria de 50%. Nos quatro primeiros meses do ano, foram comercializados 12 mil tratores. Em 2005, pior fase da indústria, foram negociados 17,5 mil unidades.
No total, foram vendidas 3,93 mil máquinas no mês passado, queda de 12,2%. As colheitadeiras continuam sendo os produtos com maior queda nas vendas. No total, 205 unidades foram comercializadas, queda de 28,6% em relação ao mesmo mês de 2008. Conforme especialistas, esses produtos são os que mais demandam financiamento por causa do alto valor de mercado.
“A indústria tem conversado com o governo desde dezembro. Estamos como espectadores da discussão entre agentes financeiros, governo e produtores”, protestou o executivo. Ele revela que o arresto de máquinas é incipiente e se refere aos pagamentos de 2007. “São basicamente três problemas: queda no limite de crédito por causa dos juros da renegociação, encolhimento das garantias e insegurança jurídica”.