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Frigoríficos

Volta dos lucros

<p>Bertin fecha segundo trimestre no azul e volta a falar em abertura de capital para reforçar mercado.</p>

Depois de registrar receita recorde no segundo trimestre e lucro líquido 221% superior ao dos primeiros três meses de 2009, a Bertin S.A volta a falar em abertura de capital. “Estamos conversando com instituições financeiras em busca de um reforço do mercado, preparando para a abertura de capital”, afirmou Fernando Falco, diretor de lácteos da Bertin, em entrevista ao Valor. Diante da retomada do plano de lançar ações na bolsa, a pergunta inevitável: e a negociação para fusão com a Marfrig Alimentos? A resposta do executivo: “Não está na pauta”.

A receita bruta da Bertin no segundo trimestre deste ano alcançou R$ 2,18 bilhões, um recorde para trimestres, 15,6% mais do que no mesmo período de 2008 e 8,6% acima do primeiro trimestre deste ano. O lucro da empresa foi de R$ 163,3 milhões, bem maior do que no primeiro trimestre, mas ainda 17,8% abaixo do segundo trimestre de 2008.

De acordo com Falco, o resultado foi possível graças à ampliação dos abates de gado bovino no trimestre e ao foco em produtos industrializados, principalmente para exportação. A empresa, que operou com 80% de sua capacidade em bovinos, abateu 865,2 mil cabeças no segundo trimestre, 3,1% mais do que nos primeiros três meses deste ano.

Os abates cresceram apesar de a Bertin ter sido obrigada a reduzir a produção em Marabá (de 3.500 para 2.500 cabeças/dia) – reflexo do embargo de redes varejistas após recomendação do Ministério Público do Pará, que acusou a companhia de comprar gado em áreas de desmatamento ilegal no Estado, em junho passado. Em julho, a recomendação foi revogada. A queda foi compensada pelo início das operações na planta de Diamantino (MT) – que alcançará 4 mil cabeças/dia quando operar a plena capacidade – e ampliação na unidade de Campo Grande (MS).

A Bertin tambem atribui os resultados à ampliação do número de clientes no mercado externo e as vendas de produtos de maior valor agregado. No segmento de carne bovina industrializada (cozida, por exemplo), a Bertin ficou com 50,5% das exportações brasileiras no segundo trimestre, quando as vendas externas totais de produtos de carnes da empresa somaram R$ 785,7 milhões.

A receita da divisão de lácteos da Bertin também cresceu, 19,6% ante o segundo trimestre de 2008, para R$ 239, 7 milhões. “Isso decorre da expansão do mix de produtos lácteos “, explicou Falco. A empresa entrou em lácteos em outubro de 2007 com a compra da Vigor.

Diante do desempenho nos dois primeiros trimestres deste ano, o executivo considera “factível” um crescimento de 25% no faturamento este ano, como previsto no plano de crescimento da empresa, que em 2008 teve receita de R$ 7,5 bilhões.

Mas, segundo o executivo, para manter tal plano é preciso “melhorar a estrutura de capital da empresa”. Segundo ele, “há oferta de capital interno e externo” e instituições financeiras interessadas em “organizar processos para estruturar operações [de captação] de médio e longo prazo”. Para Falco, o cenário melhorou por isso as instituições estão buscando “empresas com bons fundamentos” para estruturar operações. Entre as alternativas para uma futura captação estão debêntures e bônus, informou.

Com planos de investir R$ 3 bilhões de 2009 a 2013, basicamente em crescimento orgânico – até agora foram R$ 560 milhões – , a empresa também aposta nos produtos de consumo para ampliar sua receita. Uma das iniciativas é a entrada no mercado de massas frescas refrigeradas com a marca Vigor a partir do mês que vem. Além disso, também vai lançar cortes bovinos especiais com a marca Bertin no varejo doméstico.