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Mercado Interno

Boletim ABCS: Mercado & Cotações

Equilíbrio marca o mercado de suínos na última semana. Rio Grande do Sul e Mato Grosso esperam preços melhores da carne suína nos próximos dias. Veja análise da ABCS.

Em Minas Gerais, o mercado se manteve estável nessa semana. Com o final da quaresma e ainda próximo da Semana Santa, as vendas não apresentaram aumento. Segundo informações da Associação de Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), mesmo com o preço do quilo do suíno vivo sendo acordado na bolsa em R$ 2,80, muitos frigoríficos não têm oferecido esse valor ao produtor, que prefere esperar com o animal confinado por mais uma ou duas semanas até a retomada do preço.

Em Goiás já há um equilíbrio maior entre a oferta e a procura. Os produtores têm trabalhado em cotações variadas que vão de R$ 2,65 a R$2,80 o quilo do suíno vivo. Mesmo com a entrada de animais vindo do estado do Mato Grosso, cerca de 2.500 por semana, a demanda tem se mantido estável e os produtores atendendo a cota mensal, segundo a Associação Goiana de Suinocultores (AGS). Para o gerente comercial da Granja Narro em Goiânia, Célio Gomes, a expectativa é melhora nos preços com a chegada de abril, já que inicio de mês sempre há aumento de consumo.

O Paraná registrou queda nos preços, fechando o quilo do suíno vivo a R$ 2,30 em média. Para a Associação Paranaense de Suinocultores (APS), a alteração de preço não deve apresentar grandes mudanças para o suinocultor, já que nesse período há alterações no consumo, ainda que este ano no período de quaresma o mercado conseguiu manter os preços, o que não foi possível nos anos anteriores.

A bolsa de suínos de São Paulo fechou a semana anterior com cotação de R$ 52,00 a @, o equivalente a R$ 2,77 o quilo do suíno vivo e R$ 54,00 a @ no mercado regional. Porém, segundo a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), a bolsa dessa segunda-feira apenas sinalizou a referência de preço, mas não a comercialização. Ou seja, o frigorífico não está pagando ao produtor o valor da bolsa, comprando o quilo do suíno vivo R$ 0,12 abaixo da referência. Os frigoríficos alegam não ter condições de pagar o valor referido, pois necessitam repassar a carcaça a R$ 4,60 o quilo e o preço máximo alcançado é de R$ 3,90 a R$ 4,20.

No Rio Grande do Sul, o quilo do suíno vivo para produtores independentes tem alcançado a média de R$ 2,41 chegando à máxima, em determinadas regiões, de R$ 2,52 o quilo. Para a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), o comportamento das últimas semanas tem apresentado estabilidade nos preços o que deve perdurar nas próximas semanas. A expectativa é que com a chegada da safra de milho e soja haja uma diminuição nos custos de produção, aumentando a rentabilidade do produtor.

Declarações
Para o produtor o ideal é vender o preço de R$ 55,00 a @, nas condições da bolsa para cobrir os custos de produção e amortizar as dividas de 2009. Hoje, o suinocultor tem lucrado R$ 20,00 a menos na venda total de cada animal. Pelos cálculos da Associação, a gente acredita que esse mercado precisa ficar nesse patamar por 180 dias para sanar as dívidas.
Valdomiro Ferreira, presidente da APCS.

Com o preço que os frigoríficos têm oferecido, os produtores estão optando por segurar um pouco a venda, mesmo que isso venha a atingir a rentabilidade no fim do mês. Com o baixo peso dos animais, acreditamos ser vantagem aguardar esse período passar, já esses dias de espera não devem trazer um aumento de peso significativo aos animais.
João Bosco, presidente da Asemg.

Com a queda nos custos de produção e um melhor preço pago ao suinocultor, esperamos um recomposição do preço no mercado interno, tanto de atacado quanto de varejo, que vinha num preço desvalorizado no último ano. Já o aumento de produção, de matrizes, estará um pouco parado, sem grandes investimentos.
Valdecir Folador, presidente da Acsurs.

A expectativa dos produtores é que o preço das próximas semanas apresente um leve aumento. Hoje, nos estamos trabalhando na média de R$ 2,20 o quilo do suíno vivo, mas estamos otimistas com o mercado. O grande consumo no início do ano foi atípico se comprado anos anteriores e isso traz uma nova perspectiva.
Custódio Rodrigues de Castro Jr, secretário-executivo da Associação dos Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat).