O consumo de carne suína no Brasil hoje é de 13 Kg per capita/ano considerado muito baixo em relação a outros países. Para elevar a quantidade vendida do produto, os criadores estão apostando em um plano para que o volume por habitante chegue a 15 kg por ano. O Plano Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) deve investir R$ 9 milhões para divulgar que o alimento é saudável e tentar derrubar os mitos de que a carne tem excesso de gordura e colesterol.
No Sul do País, o consumo é maior e chega a 30 Kg per capita/ano influenciado pela imigração europeia e devido ao clima frio que favorece. Nos países da União Europeia, o volume é de 45 kg per capita/ano e na Dinamarca – primeiro país no ranking – atinge 76 kg.
O PNDS já está em vigor desde setembro do ano passado nos Estados do Sul, em Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal e deve estender-se até 2012. A coordenadora nacional do plano, Lívia Machado, conta que o programa começou com cursos para profissionais da área de saúde e já atingiu 3 mil pessoas.
No Paraná, foi realizada uma parceria com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) para oferecer cursos de cortes para açougueiros o que deve atingir 300 pessoas até o fim do ano. Os cursos acontecem no Mercado Municipal de Curitiba, são gratuitos e dão noções de boas práticas de manipulação e conservação, além de melhor aproveitamento da carcaça do porco.
Outra meta é mudar a apresentação da carne, ou seja, vender cortes em pequenas porções já que as famílias estão menores e que 74% das pessoas não almoçam em casa, mas fazem essa refeição em restaurantes.
No próximo ano, o plano prevê treinamento para produtores para aumentar a produção e diminuir os custos. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo com um volume anual de 3 milhões de toneladas e 12% disso vai para exportação.
O Paraná é o terceiro maior produtor nacional e só perde para Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A produção paranaense é de 509 mil toneladas e 55 mil toneladas são destinadas para o mercado externo. “O grande consumidor é o mercado interno”, afirma o presidente da Associação Paranaense de Suinocultura (APS), Carlos Francisco Geesdorf.
Segundo ele, as exportações do Paraná vão 60% para a Rússia e Hong Kong. Ele acredita que a partir do momento que o Estado se torne área livre de vacinação da febre aftosa, as exportações paranaenses devem triplicar. Apesar de a doença ser restrita a bovinos, o mercado externo impõe barreiras comerciais para todos os tipos de carnes.
Geesdorf destacou que a exportação paranaense foi 7,2% menor em volume de janeiro a agosto de 2010 em relação a 2009 em função da crise e do aumento da produção interna da Rússia. Em 2009, a produção do Paraná teve um crescimento de 12,1%, mas foi tudo absorvido pelo mercado interno. Em algumas regiões, os produtores chegaram a entregar até suínos 20% abaixo do peso, o que mostra que houve falta de carne. Para este ano, a previsão é que a produção seja 4% a 5% maior. Hoje, no Paraná há 30 mil produtores e no Brasil são 1.428 milhões de propriedades de criadores de suínos.
O produtor Eduardo Wilsek cria cerca de mil suínos em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele trabalha na área há 17 anos e hoje tem um faturamento bruto mensal de R$ 40 mil. “Estamos vivendo um bom momento para o setor”, comemora.