Redação (8/4/2009) – O presidente da Comissão Técnica de Suinocultura da Federação de Agricultura do Estado do Paraná (Faep), médico veterinário João Batista Manfio, considera promissores para a suinocultura paranaense e brasileira, os resultados da Conferência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), realizada em Buenos Aires, entre os dias 23 e 25 de março. Manfio é também vice-presidente Administrativo da Associação Paranaense de Suinocultores (APS) e representou Toledo e o Oeste do Estado no evento, que teve como temas a identificação e rastreabilidade animal, reunindo delegações de 70 países. Do Brasil foram duas dezenas os participantes, dos quais a metade do Paraná.
“A conferência foi muito importante para nossa atividade, porque demonstrou ser consenso entre os participantes que a qualidade dos alimentos representa valioso patrimônio público. A saúde animal, atestada através da identificação e rastreabilidade das criações, significa segurança alimentar da população. Trata-se de saúde pública, bem-estar dos cidadãos e vidas humanas, que representam o maior patrimônio de uma sociedade ou de uma nação”, destaca Manfio. Sendo assim, segundo ele, atendendo aos interesses comuns de produtores, indústrias, exportadores, importadores, profissionais da saúde – humana e animal -, e governantes, o objetivo comum é padronizar métodos e critérios de identificação e rastreabilidade animal.
Dessa forma, reduzir custos e ampliar o comércio de proteínas animais, em benefício da segurança alimentar e saúde de consumidores e das atividades das cadeias produtivas. Esse esforço, em sua opinião, deve superar diferenças culturais e dificuldades econômicas, contando com apoio dos governos de países exportadores e importadores, e levando em consideração os anseios de todos os setores envolvidos. A eficiência de sistemas de identificação e rastreabilidade animal, conforme Manfio depende de plano de ações conjuntas, envolvendo setor público e privado, como associações de produtores, frigoríficos, comércio de carnes e transportadores, além de autoridades sanitárias.
Essa soma de esforços, segundo ele, está em todos os países onde os sistemas funcionam, incluindo o Brasil, e está aí a maior razão para que seja copiada pelas nações que desejam participar do comércio internacional de alimentos, atendendo as crescentes exigências sanitárias e ambientais dos consumidores.
Os desafios do século 21, segundo Manfio, são a viabilização de sistemas sustentáveis de produção animal, através das parcerias entre serviços veterinários públicos e privados, com o desenvolvimento de métodos mais baratos e eficientes na identificação e rastreabilidade animal. Sem essa prática, conforme ele, ninguém conquistará a confiança do consumidor, fator indispensável à viabilização econômica de qualquer empreendimento produtivo. A segurança alimentar só é alcançada com o controle de doenças animais, a qualidade da alimentação, o bem-estar das criações e a genética mais produtiva.
A alimentação, segundo ele, tem vínculo cada vez mais forte com a saúde pública e a qualidade de vida da população e os criadores devem se conscientizar que o consumidor tem o direito e até a obrigação de exigir todas as informações sobre a origem e características dos produtos que adquire, enquanto o poder público tem o dever de fiscalizar a veracidade desses dados. Para o bem da suinocultura paranaense e brasileira, conforme Manfio, a conferência comprovou que a cadeia produtiva nacional está alinhada e coerente com as normas da OIE, em termos de identificação e rastreabilidade animal.
“A saúde e a qualidade dos nossos suínos estão entre as melhores do mundo, pois reconhecemos a necessidade de proporcionar aos nossos consumidores nacionais e do exterior, carne de altíssima qualidade”, destaca o dirigente.
Para atingir este estágio, segundo ele, têm sido feitos elevados investimentos nas criações, no transporte, nos processos industriais, na biossegurança e sistemas de rastreabilidade. “Temos total transparência nas atividades do setor privado e serviços veterinários oficiais, garantindo que o suíno brasileiro pode ser certificado como alimento saudável e seguro, adequado às exigências de todos os mercados do mundo”, acrescenta Manfio. Segundo ele, essas qualidades foram ressaltadas no encontro por representantes das indústrias e produtores nacionais, sem qualquer contestação dos demais participantes.