Redação SI 16/12/2002 – Ainda é incipiente a reação no mercado de carnes suínas neste mês de dezembro, tradicionalmente a época de maior demanda pelo produto. De acordo com o presidente da Associação Goiana de Suinocultores (AGS), Eugênio Arantes Pires, o consumo aumenta de 20% a 30% durante as festas de fim do ano. Ele acredita a procura será mais acentuada na semana do Natal e ressalta que a situação continua difícil para os produtores, em função da falta de milho, que está onerando os custos de produção.
Esta semana, segundo Eugênio, o preço pago ao produtor pelo quilo da carne suína em Goiás ficou na faixa de R$ 1,80 a R$ 1,90, para um custo médio de produção de R$ 2,00. Isso representa uma ligeira melhora em relação a situação de três meses atrás, quando os produtores recebiam R$ 1,40 pelo quilo, enquanto o custo de produção era da ordem de R$ 1,70.
O maior complicador para a atividade, principalmente para os pequenos produtores, é a escassez de milho, cuja produção foi afetada pelo comportamento de mercado, com o achatamento dos preços. Eugênio lembra que até poucos dias, os suinocultores estavam pagando em torno de R$ 30,00 pela saca de milho. Hoje o preço retraiu um pouco, em torno de R$ 27,00, mas persiste o desabastecimento. A venda de milho em balcão praticamente inexiste. Segundo o presidente da AGS, a situação está provocando o fechamento de diversas pequenas granjas, em todo o Estado.
A consequência mais grave é o abate de matrizes, já que os produtores estão descartando animais, principalmente quem não tem alternativa para alimentar o plantel. Desta forma, estima Eugênio, há previsão de queda de 10% a 15% na produção goiana, que em 2001 registrou abate de 978 mil cabeças ou 281 mil toneladas em carcaça.
Eugênio diz que o setor precisa encontrar fontes alternativas de alimentos para garantir a sustentação da atividade e encontrar formas de aumentar o consumo in natura, que está limitado a 30%, ficando os 70% restantes para os embutidos. Ele questiona a grande diferença de preços entre o que o produtor recebe e o que o consumidor paga pela carne, e acredita que há espaço para ampliar o consumo com a redução dessa margem. Em Goiás o consumo per capita, informa ele, é de 9 kg/ano, contra 13 kg/ano no Brasil e 14,63 kg/ano no mundo.