Na tarde desta quinta-feira, dia 04 de maio, representantes da Languiru e de municípios do G7 (Colinas, Imigrante, Fazenda Vilanova, Paverama, Poço das Antas, Teutônia e Westfália) estiveram reunidos para debater alternativas de auxílio à Cooperativa, que passa por momento de dificuldade. A partir do encontro, realizado no auditório da Sede Administrativa da Languiru, em Teutônia, o Conselho de Administração da Cooperativa, prefeitos e vice-prefeitos trabalham conjuntamente na aproximação com o Governo do Estado e instituições financeiras, já na próxima semana, além de agendamento de reunião na esfera Federal.
O encontro contou com a participação do presidente Paulo Roberto Birck; vice-presidente Fábio Luiz Secchi; membros do Conselho de Administração, Fábio Weber, Elimar Kalkmann e Davi de Moraes Gass; superintendentes Administrativo, Comercial e Financeiro, Rafael Lagemann, e Industrial e de Fomento Agropecuário, Ânderson Xavier; gerentes dos frigoríficos de aves, Maiquel Magedanz, e de suínos, Cristiano Sieben.
O G7 esteve representado pelos prefeitos de Poço das Antas, Vânia Brackmann; de Westfália, Joacir Antônio Docena; de Fazenda Vilanova, Amarildo Luís da Silva; de Teutônia, Celso Aloísio Forneck, de Imigrante, Germano Stevens, e de Colinas, Sandro Herrmann; vice-prefeitos de Westfália, Clécio Spellmeier; de Paverama, João Edson de Oliveira Moraes; e de Poço das Antas, Laurentino Flach.
União
Birck agradeceu a disponibilidade e defendeu a união de esforços. “O contexto e situação da Languiru estão postos. Buscamos o apoio das lideranças políticas, que podem ‘abrir portas’ para a Languiru. Também estamos ouvindo outras cooperativas e entidades, pois quanto mais cabeças pensarem em alternativas, melhor será o processo.”
Secchi destacou que é preciso dar novas respostas à sociedade para conduzir a Languiru à segurança. “O plano de negócios para os segmentos de aves e de suínos depende de alguns fatores, especialmente recursos para nutrição dos planteis a campo. Também estamos trabalhando na reestruturação do modelo de governança, com foco na profissionalização da gestão, e analisando o desempenho de todos os negócios da Cooperativa.”
Nessa reestruturação, a Languiru também pode implantar um Conselho Consultivo, composto por pessoas e lideranças que não integram Conselhos de Administração e Fiscal da Cooperativa, mas que estejam disponíveis e envolvidas no processo.
Números
Os superintendentes trouxeram números e o cenário das cadeias produtivas da Cooperativa. Também comentaram sobre as renegociações em andamento com instituições financeiras e tratativas para formalização de parcerias. “Precisamos manter o ciclo financeiro para a manutenção da cadeia produtiva, mas o mercado financeiro dificulta o acesso ao crédito, com elevadas taxas de juros. A redução do custo de produção leva alguns meses para trazer efeito contábil nas indústrias, e isso gera um descompasso muito grande. Estamos trabalhando para ajustar e ter o ponto de equilíbrio, e para isso é fundamental a injeção de recursos, por exemplo, de créditos subsidiados pelo governo, que precisa enxergar a situação de extrema dificuldade enfrentada pelo setor produtivo”, exemplificou Lagemann.
Xavier enumerou que ajustes realizados na cadeia produtiva ainda no segundo semestre de 2022, somente agora começam a repercutir. “Se tivéssemos mantido os volumes de produção, com certeza o impacto negativo seria ainda maior. No segmento de aves, estimamos uma melhora em três meses, mas nos suínos, cujo ciclo produtivo é longo, esperamos uma evolução no fim do ano. Por outro lado, havendo alguma reação do mercado, a retomada dos volumes de produção é muito mais rápida.”
Apoio
A prefeita de Poço das Antas e presidente do G7, Vânia Brackmann, destacou que o grupo quer auxiliar. “Não consigo nem imaginar como ficariam, por exemplo, Poço das Antas, Westfália e Teutônia sem a Languiru. A Cooperativa é algo nosso, não podemos desistir, somos capazes de reverter essa situação. Todos os prefeitos e vices estão à disposição para, juntos, buscarmos recursos.”
O prefeito de Fazenda Vilanova e secretário do G7, Amarildo Luís da Silva, também pediu a união. “Todos precisam apoiar, todos sentem as consequências desse momento da Languiru, indiferente do segmento.”
O prefeito de Colinas, Sandro Herrmann, que também é transportador da Languiru, igualmente se colocou à disposição para auxiliar. “Estamos preocupados com todos os envolvidos. A AMVAT e o G7 são parceiros, não podemos perder nenhuma oportunidade.”
O prefeito de Imigrante, Germano Stevens, foi enfático: “é hora de darmos as mãos, pois do contrário não vamos a lugar nenhum. Precisamos usar a rede de contatos, essa força política com vários partidos representados, buscando o apoio do Estado e da bancada gaúcha na esfera federal”.
O prefeito de Teutônia, Celso Aloísio Forneck, defendeu que o encontro com o Governo do Estado é um passo importante a ser dado. “É ali que os representantes dos municípios expõem a necessidade de contato com os Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores para que a Languiru acesse novos mercados internacionais, como o chinês, por exemplo.”
Nessa mesma linha o vice-prefeito de Westfália, Clécio Spellmeier, que também é associado produtor da Languiru, valorizou o relacionamento regional com lideranças do Governo Federal. “A primeira questão que precisamos resolver, urgentemente, é o recurso financeiro para capital de giro.”
O prefeito de Westfália e vice-presidente do G7, Joacir Antônio Docena, se disse otimista e falou da importância econômica e social da Languiru. “É preciso ação, a Languiru é tudo para Westfália. Temos outras empresas, que cresceram de patamar, mas a Cooperativa é vital.”