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Avicultura

Ministério da Agricultura planeja linha de crédito com BNDES para cooperativas investirem em etanol de milho e avicultura

Ministério da Agricultura planeja linha de crédito com BNDES para cooperativas investirem em etanol de milho e avicultura

O Ministério da Agricultura pretende desenvolver, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), uma nova linha de crédito voltada para cooperativas agroindustriais. Esta linha, com juros reduzidos e prazos extensos, contaria com suporte financeiro do Tesouro Nacional, especialmente para compensar os financiamentos em moeda estrangeira.

Uma reunião está agendada para as 14h do dia 30 de abril, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O encontro terá a presença do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e de seu assessor especial, Carlos Augustin, além de representantes de cerca de 20 cooperativas de médio porte do Centro-Oeste, incluindo Copac, Lar, Coopercotton, Coopal, Cooperfarms, Copasul e Coagril.

O objetivo é estabelecer uma linha de crédito especial de longo prazo para financiar a instalação de usinas de etanol de milho e infraestruturas de avicultura, como aviários e frigoríficos.

Discutir-se-á também a possibilidade de utilizar captações em moeda estrangeira pelo governo federal, através de emissões do Tesouro Nacional, para subsidiar esta linha de crédito. A iniciativa busca atrair investidores internacionais, especialmente da China e do Japão, cujos recursos possam ser oferecidos em condições mais favoráveis.

Carlos Augustin comentou que a concorrência de empresários estrangeiros tem sido intensa, particularmente no setor de etanol de milho, uma área que tem visto crescente interesse por parte de usinas controladas por companhias internacionais com acesso a financiamentos mais vantajosos. Segundo ele, há uma falta de opções de financiamento adequadas para cooperativas brasileiras, especialmente no Centro-Oeste.

“Vamos propor uma linha de investimento de longo prazo mais vantajosa”, afirmou Augustin. Atualmente, o BNDES oferece financiamentos, em real ou dólar, com recursos próprios da instituição para a compra de equipamentos e estruturas, com prazos de reembolso de até 10 anos.

As taxas de juros dessas linhas já existentes estão em torno de 8% ao ano, mas o objetivo é conseguir condições ainda mais favoráveis. “Queremos juros mais baixos e ver se o governo pode contribuir para equilibrar as moedas e talvez acessar financiamentos em yuans ou ienes a taxas de 2% ao ano”, explicou Augustin.

Recentemente, o Tesouro Nacional realizou novas captações no mercado externo, estabelecendo benchmarks de 10 e 30 anos, com vencimentos em 2034 e 2054, respectivamente, totalizando US$ 4,5 bilhões. Esta operação teve como objetivo promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo e antecipar o financiamento de vencimentos em moeda estrangeira.

Durante a reunião de terça-feira, que também contará com a participação de Tânia Zanella, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o Ministério da Agricultura apresentará a capacidade das cooperativas de impulsionar a agroindústria no interior do Brasil. Augustin destacou a necessidade de mais investimentos em avicultura, incluindo o apoio à construção de aviários por produtores de pequeno porte e de frigoríficos para o processamento de aves pelas cooperativas, visando a geração de empregos e o aumento do valor agregado aos produtos agropecuários nacionais.