Redação (06/03/2009)- A participação das mulheres no mercado de trabalho vem crescendo a cada ano, em especial nas áreas do comércio e de serviços. Na área industrial, segmento dominado predominantemente pelos homens, algumas atividades específicas vem a cada ano conquistando maior espaço no universo feminino. É o caso da área de cortes do setor avícola. Por ser uma atividade que demanda diversos aspectos subjetivos e características físicas e comportamentais comuns às mulheres, o setor tem predominância na atuação feminina.
Um exemplo positivo é a Frangos Canção, de Maringá, que retrata o crescimento das mulheres nas indústrias avícolas do estado. Atualmente, 52% dos colaboradores da matriz abatedouro da empresa na cidade são mulheres. “Temos atualmente trabalhando no abatedouro 961 mulheres”, informa Ricardo Gil, do Departamento de Desenvolvimento Humano da Frangos Canção. Segundo ele, há um nítido crescimento na participação feminina no grupo, resultado da maior oferta da mão-de-obra das mulheres no mercado de trabalho.
Na empresa, o setor que tem maior participação feminina é a Sala de Corte, com um total de 732 colaboradoras, o que responde por 70% do total de funcionários na área. Entre as razões para isso, além da maior oferta na procura pelas vagas, está em aspectos subjetivos. “As mulheres de uma maneira geral são mais detalhistas e tem mais paciência para trabalhos repetitivos e que exigem cuidados especiais”, informa. Outra característica específica das mulheres é o tamanho da mão, menor que a dos homens, o que facilita para o corte das aves.
Turno de trabalho
Outra característica predominante na indústria avícola e que facilita a inclusão feminina no mercado é o trabalho em apenas um turno. “Isso facilita para as mulheres, que podem se dedicar ao trabalho numa parte do dia e na outra cuidar da casa e dos filhos”, explica Ricardo Gil.
Na Frangos Canção, o abatedouro trabalha atualmente em apenas dois turnos (manhã e tarde) e um dos objetivos da empresa para este ano é a inclusão do terceiro turno. Estima-se que aproximadamente 600 postos de trabalho sejam criados, o que viabilizaria a criação do terceiro turno de trabalho, um grandioso projeto da empresa.
Mulheres no mercado de trabalho
De acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) cresceu a participação das mulheres no mercado de trabalho no último ano. A taxa de mulheres empregadas na região metropolitana de São Paulo com relação às desocupadas passou de 55,1% em 2007 para 56,4% no ano passado. Entre os homens também houve crescimento de 71,4% para 72%.
Entretanto, os homens continuam ganhando mais. Segundo a pesquisa, o rendimento médio das mulheres ocupadas é de R$ 5,76 por hora trabalhada, enquanto dos homens o valor é de R$ 7,53. Outro indicador do estudo do Dieese é que o aumento da presença de mulheres no mercado de trabalho ocorreu em todos os grupos de idade, escolaridade, raça/cor, mas foi mais intenso entre mulheres com idade entre 50 e 59, que possuíam pelo menos o Ensino Fundamental completo e estavam casadas.