Redação AI 10/09/2002 – Um dos temas que será apresentado durante o Curso de Produção Agroecológica de Frangos de Corte e Galinha de Postura, que acontece nos dias 24, 25 e 26 de setembro, na sede da Embrapa Suínos e Aves, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento- Mapa, em Concórdia, Santa Catarina, trata do controle de ectoparasitos, moscas e ratos em criações agroecológicas de aves.
“Em avicultura, os cuidados com o controle de parasitos, moscas e ratos devem ser constantes, pois prevenir é a melhor estratégia”, explica Doralice Pedroso-de-Paiva, pesquisadora que apresentará o tema em palestra teórica, seguida de aula prática.
Segundo a pesquisadora, é importante lembrar que sistemas de produção agroecológicos, oferecem maior espaço de criação, possibilitando às aves maior movimentação, o que amplia a área de distribuição dos resíduos (fezes) e reduz o problema da criação de moscas. Nesses sistemas as aves sentem-se em seu ambiente natural, retomando o comportamento de seu habitat como predadoras de insetos e outros pequenos animais, o que as expõe à diversas doenças por eles veiculadas.
Entretanto, o acesso ao piquete e o contato com a terra oferecem melhores condições para a defesa dos ectoparasitos, através do uso do bico e das patas e do espojar-se na terra. Nas criações em confinamento o maior número de aves por metro quadrado – ou nas gaiolas, o espaço mínimo e o uso da debicagem dificultam à ave os movimentos e a defesa contra os parasitos.
Criação alternativa – O confinamento das aves reduziu o contato com a natureza, impedindo as interações com muitos vetores e parasitos. Doralice afirmou que em experimentos de pesquisa realizada para comparar diferentes tipos de criação, foi possível observar que, quanto maior o contato com o meio externo, maior o número de parasitos encontrados. Dos ectoparasitos, nas aves criadas em gaiola, somente uma espécie de ácaro foi encontrada. A pesquisa em aves criadas em sistema semi-intensivo revelou a presença de quatro espécies de piolhos e uma de ácaro. Relatos de pesquisa realizada com aves criadas totalmente a campo indicam a presença de cinco espécies de piolhos, uma de ácaro e uma de pulga.
“No sistema agroecológico – explica a pesquisadora – busca-se o controle de doenças através de medidas de manejo e, no caso de ser necessário interferir com administração de medicamento esse, preferencialmente, será um produto da homeopatia e/ou fitoterapia”, ou seja: uso mínimo de produtos químicos sintéticos para diminuir a dependência de recursos externos. Só excepcionalmente poderão ser utilizados medicamentos convencionais: quando não houver um substituto permitido; para garantir a saúde; ou, quando houver risco de vida das aves. Nesse caso o produtor é obrigado a registrar a administração do medicamento, além de aumentar o período de carência estipulado pelo laboratório, multiplicando pelo fator três e, caso seus produtos sejam certificados, precisa comunicar o seu uso à certificadora.
Durante o curso os participantes terão oportunidade de examinar, junto com Doralice, situações de ectoparasitoses, presença de moscas e ratos e diferentes mecanismos de controle que facilitam o manejo para o produtor.
Informações adicionais sobre esse assunto podem ser solicitadas junto à Área de Negócios para Transferência de Tecnologia, telefone (49)442.85.55/Ramal 319 ou E-mail [email protected] , ou ainda, na home page da Embrapa Suínos e Aves – www.cnpsa.embrapa.br – onde poderá ser encontrado o programa completo do curso com as orientações de inscrição.