Redação (22/10/2008)- A crise mundial causa retração nas atividades da indústria e diminuição no consumo de carne em países da União Européia. Segundo Juan Lebrón, diretor executivo da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), esses são os sinais transmitidos pelo mercado durante as discussões no SIAL (The Global Food Marketplace), evento que reúne lideranças da cadeia da carne de vários países até quinta-feira (23), no Parque de Exposição de Paris (França).
Diferente daquilo que o mercado sinaliza em relação ao futuro dos preços da carne bovina no cenário interno, com arroba em alta e tendência de crescimento tanto na produção como nas vendas de carne bovina, nos mercados da União Européia o cenário não é dos mais positivos, com os preços no mercado local em queda vertiginosa.
“O consumidor europeu exige cada vez mais qualidade dos seus fornecedores, mais atravessa um momento crítico com relação à falta de recursos para investir em consumo”, argumenta Lebrón.
Na avaliação do especialista da Assocon, a conclusão é que esse embate entre indústria e consumidor continue no continente europeu pelo menos até a Rússia voltar a comprar carne bovina e suína de países como o Brasil. “Hoje apenas o frango consegue atrair o interesse do investidor europeu”, diz.
A Assocon também participa do SIAL com o intuito de levar informações sobre a realidade do confinamento no Brasil, seus avanços e desafios, inclusive com dados sobre as últimas pesquisas de intenção de confinamento, que mostra rebanho superior a 500 mil cabeças, e números sobre a produtividade média dos animais no abate. “Aproveitamos a oportunidade de estar na casa do exigente cliente europeu para discutir suas reais exigências e mostrar o trabalho desenvolvido na pecuária de corte nacional, seguindo os conceitos de boas práticas de manejo, bem-estar animal, proteção ao meio ambiente e responsabilidade social”, completa o diretor da Assocon.