Da Redação 19/10/2007 – Uma das questões mais prementes para a economia brasileira, neste final de 2007, é detectar a quanto irá o câmbio em 2008. Após o recuo até R$ 1,80 neste mês de outubro/07, as projeções indicam uma virada de ano que pode muito bem chegar entre R$ 1,70 e R$ 1,90 (sem distúrbios econômicos nacionais e internacionais). Para o próximo ano, a maioria das projeções aponta para a possibilidade de chegarmos a um câmbio de R$ 2,00, talvez R$ 2,10.
Um dos elementos que pode colaborar para esta desvalorização do real, muito aguardada pelo setor exportador, está na projeção de um superávit comercial, para 2007, ao redor de US$ 40 bilhões. Em se confirmando, teremos US$ 7 bilhões a menos em relação ao ano anterior, ou seja, menor entrada de dólares no país pela via comercial.
Outro fator favorável a esta tendência seria a continuidade na redução dos juros, medidos pela Selic, no Brasil. É possível que terminemos o ano com uma taxa ao redor de 11%, talvez um pouco menos. Todavia, o aquecimento da economia nacional e os distúrbios imobiliários nos EUA colocaram o Banco Central em estado de alerta.
Assim, o ritmo de redução destes juros, para 2008, poderá diminuir e mesmo estagnar. Entretanto, existem outros dois fatores que poderão inverter a lógica da desvalorização do real e frustrar quem espera um fortalecimento do dólar, mesmo que isto esteja amarrado igualmente a uma decisão particular dos EUA e das pressões do G7.
Trata-se, em primeiro lugar, da possibilidade concreta de o Brasil alcançar em 2008, enfim, o chamado "grau de investimento" junto às agências de risco mundiais. Em isto ocorrendo, os Fundos estadunidenses, particularmente os de pensão, terão autorização para aplicar no Brasil, devendo ocorrer uma entrada significativa de dólares no país, pressionando o real para a valorização.
Em segundo lugar, se define concretamente, já neste ano de 2007, que o Brasil receberá mais investimentos externos diretos (IED). Estes investimentos, que são produtivos, são bem-vindos! Diante da estabilidade da economia nacional e de uma melhoria no crescimento, enquanto países como os EUA começam a assistir a certa freada em suas economias, os IED deverão adentrar fortemente no País, aumentando a oferta de dólares.