O Presidente Executivo da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), Francisco Turra, embarca amanhã (18/4) para a Rússia. Na próxima segunda-feira, em Moscou, acompanhado dos presidentes da Associação Brasileira da Indústria de Carnes Industrializadas (ABIEC), Roberto Gianetti, e da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Carne Suína (ABIPECS), Pedro de Camargo Netto, Turra irá negociar com as autoridades russas a flexibilização do sistema de cotas de carnes para aquele mercado.
Os três presidentes de entidades do setor de carnes integram uma missão brasileira da qual também fazem parte, representando o Governo Federal, Ivan Ramalho, Secretário Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Célio Porto, Secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e o Diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Ministro Carlos Márcio Cozendey.
No dia 21, terça, está prevista também uma reunião do Grupo de Cooperação Econômico-Comercial Brasil-Rússia.
No caso da carne de frango, o sistema de cotas determinado pelo Governo russo até 2008 já era desfavorável, incluindo o Brasil em uma faixa de “outros países”, para os quais estavam disponíveis apenas 68 mil toneladas no total. Acima deste limite, era aplicada uma tarifa extra-cota de 65%. A decisão russa fez com que houvesse uma queda gradativa dos embarques, que passaram de 244 mil toneladas, em 2005, para 167 mil toneladas em 2008.
A partir de 1º de janeiro de 2009, porém, esse volume ao qual os exportadores brasileiros podem se candidatar foi reduzido para 12 mil toneladas anuais, e a tarifa extra cota passou para 95%.
Os maiores favorecidos pelo sistema de cotas da Rússia são os Estados Unidos e a União Europeia. Este ano, entre janeiro e março, as exportações brasileiras de carne de frango para o mercado russo caíram 21% em relação ao primeiro trimestre de 2008, totalizando 21 mil toneladas – contra 49 mil toneladas embarcadas para a América do Sul no mesmo período.
“Os exportadores brasileiros de carne de frango não estão pedindo nada mais além de concorrer em igualdade de condições com os demais players deste mercado”, destacou Turra.
“Como o Brasil está para comprar trigo russo, existe a oportunidade de fazer um ‘escambo’, ampliando nossas exportações de carne. O apoio para a entrada da Rússia na Organização Mundial de Comércio (OMC) também deve ser condicionado”, completou o Presidente Executivo da ABEF.