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Abílio Diniz vende por R$ 445 milhões suas últimas ações no Pão de Açúcar

O empresário Abílio Diniz vendeu as últimas 4,105 milhões de ações preferenciais que ainda detinha do Pão de Açúcar.

ABILIO32 BSB DF – MICHEL KLEIN/ABILIO DINIZ – ECONOMIA – O presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, concede entrevista a imprensa após reunião com presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin, para tratar da compra das Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, na sede do CADE em […]
ABILIO32 BSB DF – MICHEL KLEIN/ABILIO DINIZ – ECONOMIA – O presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar, Abílio Diniz, concede entrevista a imprensa após reunião com presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Arthur Badin, para tratar da compra das Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, na sede do CADE em […]

O empresário Abílio Diniz vendeu na última terça-feira, através de um leilão na Bolsa de Valores de São Paulo, as últimas 4,105 milhões de ações preferenciais que ainda detinha do Pão de Açúcar, rede varejista que fundou e desenvolveu ao lado do pai, Valentim dos Santos Diniz. O negócio garantiu ao empresário aproximadamente R$ 445 milhões e marcou sua saída definitiva do grupo. Agora, apenas os filhos de Diniz ainda possuem algumas ações da empresa, o equivalente a R$ 2 milhões, através do Fundo Península, gestor dos recursos da família.

Em julho passado, o Península já tinha vendido um lote de 11 milhões de ações preferenciais do Pão de Açúcar totalizando R$ 1,19 bilhão. As ações saíram ao preço de R$ 103,58. Por meio da operação, os filhos de Diniz – Adriana, Ana Maria, Pedro Paulo, João Paulo, Rafaela e Miguel – venderam praticamente todas as ações que possuíam individualmente no grupo, ficando apenas com um lote residual. Antes dessa operação, a participação dos Diniz no Pão de Açúcar era de cerca de 8,8%. Em maio passado, Diniz já tinha vendido mais uma parte de seus papéis individuais na empresa.

Após sua saída tumultuada do Pão de Açúcar, o empresário nunca descartou voltar ao varejo. Em 2012, ele já havia comprado 1% das ações do Carrefour, o que foi interpretado pelo mercado como o primeiro passo para isso. Em setembro passado, às vésperas de completar um ano fora da presidência do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, Diniz disse, durante o 17º Fórum de Varejo da América Latina, que quer voltar a investir no setor de distribuição de produtos.

– Eu continuo estudando o varejo, a distribuição. Certamente devo fazer algum investimento neste campo de distribuição – afirmou.

Atenção aos negócios digitais
Diniz também apontou o segmento digital como uma aposta para o futuro, mas afirmou que é preciso muita competência para atuar neste setor.

– Quem tiver competência, entra no segmento digital, que tem grana. É um mundo desconhecido. Os ‘Bill Gates’ da vida não são muitos – comentou.

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Mas, segundo o empresário, nenhuma boa oportunidade de investimento está descartada. No fim de setembro passado, o Fundo Península comprou 6,03% da Anima Educação, empresa dona da Universidade São Judas Tadeu. O Península adquiriu 5 milhões de ações da Anima que pertenciam ao fundo BR Educacional, que aplica no setor de educação no Brasil e é gerido pelo economista Paulo Guedes. O investimento foi de cerca de R$ 140 milhões. Com a compra, o Península passou a ser o quarto maior acionista da Anima, depois de seus sócios fundadores.

O Pão de Açúcar foi vendido aos franceses do Casino em 2012, e Diniz se manteve à frente do Conselho de Administração. Mas ao assumir também a presidência do conselho da BRF, um dos maiores fornecedores do Pão de Açúcar, o Casino exigiu que ele renunciasse à presidência do conselho da rede varejista.

Na venda, Abílio Diniz abriu mão de todos os direitos políticos na empresa que ajudou a fundar. O Casino, por sua vez, abriu mão da cláusula contratual non compete, que o impedia de voltar ao mercado varejista caso saísse do Pão de Açúcar.