O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, viaja neste sábado para Moscou, acompanhando a missão do governo federal liderada pelo vice-presidente, Michel Temer. Participam também da delegação os secretários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Francisco Jardim (Defesa Agropecuária), e Célio Porto (Relações Internacionais do Agronegócio).
Recentemente, a autoridade sanitária da Rússia, Rosselkhoznadzor (Serviço Federal de Fiscalização Veterinária e Fitossanitária), enviou comunicação ao Mapa, com um resumo do teor publicado em seu site, em que informa sobre a não aprovação de nenhuma das fábricas visitadas pela missão veterinária de abril 2011. Essa missão tinha por objetivo a inspeção de estabelecimentos que produzem industrializados de carnes em geral. O impacto do comunicado foi muito negativo.
“Espera-se que durante a missão do vice-presidente, Michel Temer, a situação seja revertida”, diz Pedro de Camargo Neto. Segundo ele, a exportação para a Rússia continua normal, pois o número de estabelecimentos aprovados tem conseguido atender a demanda dos importadores. “É preciso, porém, levantar a suspensão de frigoríficos que continuam impossibilitados de exportar para lá. Com o recente incidente, tais frigoríficos viram a revogação da suspensão protelada”, acrescenta o presidente da Abipecs.
Importância do mercado russo – Em 2010, a Rússia foi o principal mercado para a carne suína brasileira, respondendo por 43,30% das exportações. As vendas do Brasil para a Rússia, no ano passado, foram de 233.984 toneladas e, em 2009, de 266.523 toneladas.
Em 2010, a Rússia foi o segundo maior importador mundial de carne suína. Os 35,07% do volume importado do Brasil garantiram ao País o lugar de principal fornecedor de carne suína para os russos. Em seguida vieram Alemanha, com17,43%, Dinamarca, com 11,43%, Canadá, com 10,40% e Estados Unidos, com 9,07%. As importações da Rússia foram 87,4% de cortes congelados, 8,9% de carcaças e meias-carcaças congeladas e 3,1% de cortes resfriados.
Esforços para abrir a Coreia do Sul – Na sequência da missão a Moscou, Pedro de Camargo Neto acompanhará Célio Porto a Seul, na Coreia, onde haverá reunião com a autoridade sanitária do país, na sexta-feira, 20 de maio. “Esperamos que nossos contatos possam garantir maior agilidade ao processo de aprovação de frigoríficos para a exportação de carne suína à Coreia”, comenta o presidente da Abipecs.
Missão veterinária da Coreia do Sul visitou o estado de Santa Catarina em abril de 2010, e o processo visando à abertura para as exportações brasileiras encontra-se em fase adiantada. Faltam, porém, alguns passos para sua finalização.
Quarto maior importador mundial – A Coreia do Sul foi o quarto maior importador mundial, tendo importado 382 mil toneladas, em 2010. O principal fornecedor da Coreia do Sul são os Estados Unidos (26,05%), seguidos por Canadá (18,92%), Chile (15,02%), Espanha (6,41%) e Áustria (4,98%). A Coreia importa basicamente cortes de carne suína congelados (95,6%) e cortes resfriados (4,2%). A abertura daquele mercado representaria importante alteração estrutural para a suinocultura do Brasil, na avaliação da Abipecs.