O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (ABIPECS), Pedro de Camargo Neto, informou nesta segunda-feira (20 de abril), no final da tarde, que “as reuniões em Moscou foram positivas para marcar a posição do governo brasileiro, que se alinha à do setor privado no sentido de ser contra as cotas com discriminação geográfica. Porém, nada foi resolvido”.
Por ocasião da visita do presidente Lula a Moscou, em 2005, quando foi empenhado o apoio do Brasil ao processo de entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), foram acordados diversos pontos que não vêm sendo seguidos pelos russos. O Brasil aceitou, na época, que a Rússia mantivesse sistema de cotas com origem geográfica por um período de transição até 31 de dezembro de 2009, desde que o país praticasse as tarifas extra-cotas apresentadas anteriormente à OMC. “Infelizmente, a Rússia não tem seguido o combinado, realizando aumento de tarifa extra-cota e mesmo redução de cotas. O mais desagradável foi que a Rússia direcionou aos Estados Unidos 50 mil toneladas de carne suína da cota antes aproveitada pelo Brasil”, lamenta Camargo Neto.
A Rússia é o principal cliente da carne suína brasileira. A missão que foi a Moscou é liderada pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ivan Ramalho, e integrada pelo secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, e pelo diretor do Departamento Econômico do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey.
ABIPECS TAMBÉM NA CHINA – Pedro de Camargo Neto também irá a Pequim nesta semana para reuniões preparatórias à viagem do presidente Lula à China, no final de maio. A ABIPECS espera que naquela ocasião seja oficializada a abertura do mercado chinês para as exportações brasileiras de carne suína.