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Abipecs solicita medidas emergenciais do governo

Em coletiva à imprensa hoje (8) pela manhã, o presidente da Abipecs disse que aguarda medidas emergenciais do Ministério da Agricultura para a exportação de carne suína em 2004.

Redação SI 08/01/2004 15h20 – As exportações de carne suína do Brasil deverão cair de 500 mil toneladas consumadas em 2003 para aproximadamente 300 mil toneladas em 2004. As previsões nada otimistas para o setor foram reveladas hoje (8), em Florianópolis (SC), pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Benur Bohrer, que aguarda medidas emergenciais do Ministério da Agricultura, principalmente no que se refere à abertura de novos mercados.

A queda brusca nas exportações ocorreu devido à mudança radical da Rússia principal importador de carne suína brasileira nas regras de importação. Anteriormente, as compras eram feitas diretamente por importadoras, mas os russos decidiram implementar um sistema de cotas, no qual ficou definido que em 2004 serão importadas 42 mil toneladas dos Estados Unidos, 227 mil da Europa, mil do Paraguai e 179,5 mil toneladas de outros países, entre os quais está incluído o Brasil.

“Para se ter uma idéia, em 2002 o Brasil exportou 377 mil toneladas de carne suína apenas para a Rússia. Esta redução irá influenciar diretamente na produção, podendo causar até mesmo uma crise no setor. Nossa esperança é a abertura de novos mercados, o que não é nada fácil”, revelou Bohrer. Ele explicou que as mudanças ocorreram porque para a Rússia não é vantajoso comprar a carne do Brasil, um país que importa oito vezes menos produtos daquele país.

Nem as recentes visitas de missões brasileiras conseguiram modificar a decisão russa que deverá provocar um revolução na suinocultura brasileira. “Estamos pedindo aos produtores para que reduzam a oferta temporariamente até que o quadro melhore. Esperamos que o governo consiga abrir novos mercados externos, uma vez que o consumo interno tem se mantido estável”, disse o presidente.

por André Guillamelau, de Florianópolis (SC), especial ao Suinocultura Industrial