O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos, ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi, entregou na última sexta-feira, 24, um ofício para a Ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, solicitando ajuda do Governo Federal para a suinocultura catarinense. No documento entregue para a Ministra constam medidas emergenciais como a disponibilização e comercialização do milho para Santa Catarina. De acordo com Lorenzi, estas medidas serão necessárias para salvar muitos produtores da desistência da atividade, e continuar mantendo o Estado, pequeno na proporção territorial, mas grande na produção desta importante proteína animal certificada internacionalmente que é a carne suína Catarinense.
Confira na íntegra o documento.
Ofício n116/2012
Concórdia – SC, 24 de agosto de 2012.
Ilma Sra. Ideli Salvatti
Ministra da Secretaria das Relações Institucionais
A suinocultura catarinense é considerada a mais desenvolvida do país. O Estado é berço desta atividade histórica, na qual seus pioneiros, Produtores, Indústria e Governo fizeram investimentos altíssimos para chegar ao patamar que ora se encontra, com Status internacional e o reconhecimento de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação. Nos últimos cinco anos, esta atividade que representa o 1 lugar do PIB Catarinense com 21,43% do mesmo, está passando por inúmeras dificuldades devido à falta de mercado externo. No ano passado tivemos o pior ano da história da atividade, com um prejuízo médio de R$ 41,00 por animal abatido. Inúmeros produtores estão deixando a atividade por não conseguir mais comprar insumos para a fabricação da ração para alimentar seus animais. No final do ano tivemos a abertura de um importante mercado, a China, no início deste ano a abertura do mercado Americano, porém isso não impediu a queda do preço do suíno pago ao produtor e para piorar, a alta do preço do milho e farelo de soja devido à estiagem que enfrentamos neste ano está insustentável. O aumento de produtividade e a exclusão dos pequenos produtores, por parte das grandes indústrias tem deixado fora do mercado muitos produtores de excelência que pertencem a agricultura familiar. Estes mesmos produtores foram absorvidos por Mini-Integradoras, no qual há uma sobra considerável destes animais a campo.
Diante do exposto, para que nosso Estado mantenha a produção estável e ainda, que este Certificado de muitos milhões de investimentos possa ter sua valia a partir do momento em que o mercado externo realmente acontecer, precisamos que o
Governo Federal adote em caráter emergencial as seguintes medidas:
2)Manter o mecanismo do VEP de até mil toneladas/mês por CPF ou CNPJ na forma proposta pelo MAPA e Conab.
3)Disponibilizar milho na origem para os clientes do balcão Conab ao preço praticado no Estado de Santa Catarina atualmente (R$ 21.00/saca) permanecendo o subsídio do frete e tributo.
4)Criar um subsídio ao frete para o farelo de soja nos mesmos montantes do subsídio ao frete do milho na modalidade VEP.
5)Disponibilizar em caráter emergencial a frota do exército para remover o milho de outros Estados para Santa Catarina, tendo em vista a dificuldade de encontrar caminhão para executar tal serviço.
Esta medida se faz necessária para salvar muitos produtores de excelência da desistência da atividade, e continuar mantendo este Estado, pequeno na proporção territorial, mas grande na produção desta importante proteína animal certificada internacionalmente que é a carne suína Catarinense.
Sem mais para o momento, votos de estima e consideração dos suinocultores Catarinenses.
Atenciosamente;
Losivanio Luiz de Lorenzi
Presidente ACCS