Redação (03/02/2009)- Composto por países com fortes semelhanças culturais, mas diferenças econômicas significativas, o mundo árabe entrou de vez no radar dos exportadores brasileiros. Responsáveis por uma demanda de US$ 30 bilhões ao ano, os 12 principais países árabes absorveram 4% de todas as bebidas e os alimentos vendidos no mundo em 2007. Mesmo com uma boa participação de 16% na demanda global dessas nações árabes selecionadas, o Brasil busca re-posicionar sua "marca" nestes mercados de alta renda per capita e forte expansão demográfica na última década.
Bastante vinculados a preços competitivos, os produtos brasileiros passarão a ter sua imagem associada à "sofisticação". A Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex) começará o trabalho de convencimento dos importadores árabes com a realização de uma rodada de negócios em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, no fim deste mês. Batizado como "Flavours from Brazil", o evento terá a participação de 40 empresas exportadoras brasileiras de café, carne bovina, aves, biscoitos, doces, chocolates, frutas, sucos, lácteos, vinhos finos e produtos orgânicos. "Queremos melhorar a ”marca Brasil”, direcionando para a qualidade superior do produto, e não apenas para o preço", diz o coordenador de Imagem e Acesso a Mercados da Apex, Juarez Leal.
Em um segundo lance da ofensiva comercial, a Apex trará aos Brasil cerca de 50 importadores dos países árabes para uma visita de dois dias ao Brasil. O roteiro incluirá visitas a indústrias, fábricas, portos e distribuidores dos produtos brasileiros. "Vamos mostrar os processos de produção e mudar a estratégia de feiras para os pontos de venda", afirma Leal. As ações, segundo ele, passarão a ser feitas dentro de supermercados desses países, onde os consumidores poderão experimentar os "sabores" do Brasil.
Até agora, a Apex identificou algumas tendências dos árabes. No café, há uma alta de consumo, mas exigência cada vez maior por marcas específicas. O consumo de sucos de frutas cresce, mas o Brasil está centrado apenas na laranja, cuja demanda está em queda. O consumo por frutas frescas, produtos lácteos e alimentos processados avança, mas os brasileiros têm ficado para trás na concorrência. A lista de importadores inclui representantes da Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Irã, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria e Iêmen.