Pela disponibilidade de terra, reservas de água, biodiversidade, experiência exportadora, desenvolvimento institucional e importância do setor privado e da agricultura familiar, a agricultura das Américas está em uma posição de privilégio para contribuir com o desafio de alimentar a população mundial, porém se requer mais e melhores inovações para atender a esse grande desafio.
Com este argumento, o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) participa da Segunda Conferência Mundial sobre Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento (GCARD2), em Punta del Este, Uruguai. O encontro começou neste domingo (28-10) e vai até dia 1.° de novembro de 2012.
Nessa ocasião, o objetivo é promover mudanças nos sistemas de inovação agrícola para envolver as metas mundiais de redução da fome e pobreza, assim como aumentar a entrada de pequenos produtores, e assegurar o acesso aos alimentos dos setores menos favorecidos, além de garantir a sustentabilidade ambiental da agricultura.
A Conferência é promovida pelo Fórum Global de Pesquisa Agropecuária (GFAR), constituído pelos sistemas hemisféricos que ocupam o tema. O IICA participa ativamente deste grupo, pois exerce a secretaria técnica do Fórum das Américas para a Inovação e Desenvolvimento Tecnológico Agropecuário (FORAGRO), que está dentro do GFAR.
“As parcerias são imprescindíveis para que a América Latina e o Caribe consigam aumentar suas eficiências e produtividade agrícola e possam, assim, alimentar uma população crescente, ao mesmo tempo em que se minimiza o impacto negativo dos ecossistemas e beneficie a adaptação da agricultura às mudanças climáticas”, disse o Diretor Geral do IICA, Víctor M.Villalobos.
A busca por parcerias, precisamente, é um dos três temas principais que serão abordados no GCARD 2. Os outros serão a prospectiva e o desenvolvimento de capacidades, nos quais também atua o IICA e são explicados com profundidade no documento técnico.
“O Desenvolvimento agrícola depende cada vez mais das atividades de cooperação e da complementaridade entre diversos atores, das capacidades e competências exigidas pelas novas realidades tecnológicas, institucionais e de mercado, e do estabelecimento de prioridades com horizontes a longo prazo”, completa o informe do IICA.
Reforçar a inovação
O IICA apresenta uma nota técnica sobre a temática e de acordo com o texto, a existência de sistemas nacionais de inovação é básica para que a agricultura consiga se renovar. “Em geral, as inovações tecnológicas, institucionais e de negócios se fortalecem reciprocamente e evoluem em conjunto”, diz a nota técnica.
O IICA promove inovações nesses âmbitos. No institucional, por exemplo, por meio do desenvolvimento de marcos metodológicos para modernizar os institutos nacionais de pesquisa agrícola (INIAs), no tecnológico por meio da administração de um sistema que reúne 21 mil pesquisadores, extensionistas e produtores, que compartilham informação científica e experiências inovadoras, e nos agronegócios na promoção de mecanismos de apoio entre empresas e centros de pesquisa.
Para o IICA, a Tecnologia e a inovação fazem um papel preponderante na mitigação e adaptação da agricultura nas mudanças climáticas. Quanto à adaptação, o Instituto promove a transferência de conhecimentos para aumentar a eficiência da irrigação e reduzir a pegada de água, enquanto que para mitigar, promove a medição e redução de emissão de carbono, o desenvolvimento de boas práticas agrícolas e eficiência energética.
“Tecnologia e inovação também são fundamentais para melhorar os níveis de segurança alimentar dos países”, diz o documento, e destaca estas tecnologias que aumentam a produtividade das culturas, ajudar a reduzir as perdas pós-colheita e aproveitam a biodiversidade da América Latina e do Caribe para gerar alternativas de alimentos, especialmente na agricultura familiar.
A Nota técnica explica: “A biodiversidade é uma fonte importante de inovação, especialmente para enfrentar o desafio da segurança alimentar e as mudanças climáticas. Seu uso sustentável requer maior investimento no conhecimento e pesquisa. “
Atualmente, converge no mundo diferentes tipos de agricultura, incluindo convencional, orgânica e de biotecnologia, que também se tornam relevantes tecnologias de informação e nanotecnologia, comunicação e outros, resultando da sua combinação.
Neste ponto, o Instituto apresentará no GCARD2 a forma em que apoia os seus membros: “O Instituto não toma posição a favor ou contra uma determinada técnica. Sua missão é fornecer informações técnicas, cientificamente fundamentadas para apoiar o processo de análise para apoiar a tomada de decisão do país”.