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Agricultura no Pará

Parceria entre governo e Faepa cria condições para o desenvolvimento rural no Estado nortista, sem desmatamentos irregulares.

As políticas implementadas pelo governo do Estado, apoiadas por ações desenvolvidas pela Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), têm promovido a redução de áreas desmatadas em todo o Estado, destacou a governadora Ana Júlia Carepa na solenidade de posse da nova diretora da entidade, que continuará sob o comando de Carlos Fernandes Xavier, reeleito para o triênio 2010/2013. A posse aconteceu na noite de quarta-feira (28), na sede campestre da Assembleia Paraense.

Segundo a governadora, o trabalho já realizado pelo presidente da Federação, principalmente no projeto Preservar-Desmatamento Zero, é positivo, por isso o governo do Estado reforça a parceria com a entidade, na busca de um processo de desenvolvimento próspero e sustentável para o Pará.

Em um evento que reuniu mais de 500 pessoas, entre ruralistas, sindicalistas, empresários, industriários, prefeitos de diversos municípios paraenses e autoridades políticas, o presidente da Faepa apresentou a nova diretoria e ainda lançou o livro “Pensando o Pará – como transformar o Pará no mais importante Estado brasileiro”. Dos 38 membros da diretoria da Federação, 14 são paraenses.

Carlos Xavier parabenizou a governadora e classificou como corajosa a iniciativa de reservar 20% da energia a ser produzida pela hidrelétrica de Belo Monte para os autoprodutores. “Temos grandes potencialidades de produção de energia? Sim. Mas os paraenses também precisam dessa força para tocar seus trabalhos, seus empreendimentos”, ressaltou ele.

Vacinação – Ana Júlia Carepa enfatizou ainda o sucesso da campanha de vacinação contra febre aftosa e disse que a conscientização dos criadores e pecuaristas é fundamental para o resultado da imunização no Pará, que chegou até 2009 com 98% do rebanho vacinado. Para 2010, a meta é vacinar 18,5 milhões de bovinos e bubalinos. Segundo a governadora, até o final do primeiro semestre de 2011 o Pará ostentará o título de Estado livre da febre aftosa com vacinação.

“Equipamos a Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Pará), chamamos mais de 240 servidores, adquirimos mais de 500 computadores, 97 motos, 45 carros, e hoje entregamos mais 10 lanchas para as atividades da Agência em todo o Estado”, disse Ana Júlia Carepa, ao contabilizar os resultados obtidos pela Adepará, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e Faepa.

A governadora ainda assinou uma Carta de Intenções entre o governo do Pará e a Federação da Agricultura e Pecuária, que garantirá a inclusão da entidade à rede do NavegaPará, permitindo o acesso à internet de alta velocidade direto dos pontos digitais da Faepa, onde está sendo realizado o Cadastramento Ambiental Rural (CAR), garantindo maior agilidade no envio de informações.

Regularização – “Até a primeira semana de abril deste ano já foram realizados mais de 19.650 cadastramentos”, informou a governadora, ressaltando que essa é a alternativa mais consistente para prover a regularização fundiária no Pará. “O nosso governo tem mostrado que a regularização fundiária e o combate a operações ilegais de extração de madeira não se fazem com força policial ou destruição de propriedades. Por isso, criamos o CAR, a Guia de Trânsito Animal Eletrônica, fizemos o Zoneamento Ecológico-Econômico no Pará, e ainda os programas Varredura Fundiária e 1 Bilhão de Árvores para a Amazônia. Todas são políticas públicas que dão condições ao proprietário rural e empresário de regularizarem sua situação”, avaliou Ana Júlia Carepa.

O ZEE da BR-163 (Zona Oeste), Zona Leste e Calha Norte permitiu o mapeamento de 122 dos 143 municípios paraenses, detalhando as aplicabilidades de uso da terra para a consolidação das atividades produtivas, áreas de reflorestamento, uso alternativo do solo e outras informações essenciais.

A Guia de Trânsito Animal Eletrônica (GTA-Eletrônica), lançada pelo governo do Estado, hoje chega a mais de 93 mil propriedades georreferenciadas. “Isso é a maior demonstração de que o poder público está fazendo a sua parte e tem encontrado essa ressonância no produtor para que, juntos, possamos avançar ainda mais”, frisou a governadora.

Exportação – Carlos Xavier disse que há um movimento no sentido de embargar, novamente a exportação da carne paraense, e pediu apoio à governadora para reverter essa situação: “Não podemos permitir que o Pará seja o único a sofrer novamente discriminação da nossa carne para o mercado externo. Por isso, peço a sua colaboração”.

Atendendo ao pedido do presidente da Faepa, a governadora antecipou que, assim como fez em julho de 2009 com a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da Pecuária, que suspendeu o embargo da carne bovina paraense, lutará para que o episódio não se repita.

Durante seu discurso, Ana Júlia Carepa se comprometeu a reduzir o Valor da Terra Nua (VTN) a “valores compatíveis ao anseio dos proprietários rurais”. Segundo ela, só com essas formas de incentivo o Pará sairá do ranking negativo dos Estados mais acometidos por problemas fundiários.

“Estamos em primeiro lugar na produção de açaí, dendê, mandioca, pimenta do reino e cupuaçu; em segundo, cacau e coco, e a nossa castanha do Pará está em terceiro lugar. Também temos o quarto maior rebanho bovino do País e o primeiro na exportação de boi vivo”, destacou Ana Júlia Carepa. Nos últimos três anos, o Pará exportou 552% a mais em produtos da pecuária – carne, boi e couro. Em 2006, foram R$ 92,5 milhões e, só em 2009, foram R$ 511 milhões.

Também participaram da solenidade os secretários de Estado Aníbal Picanço, de Meio Ambiente; Cássio Pereira, de Agricultura; André Farias, de Integração Regional; Marcílio Monteiro, de Planejamento Estratégico; Jorge Yared, do Instituto de Desenvolvimento Florestal (Ideflor); Aliomar Arapiraca, da Adepará, e Ibraim Rocha, da Procuradoria Geral do Estado.