Redação (21/11/2008)- A agricultura precisa de medidas urgentes – sobretudo crédito – para combater a crise enfrentada pelos produtores de café, leite e cana-de-açúcar. O alerta foi dado ontem, pelo presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, que tomou posse para o segundo mandato de três anos à frente da entidade. Durante a solenidade de posse, que teve como convidados o vice-presidente da República, José Alencar, e o governador em exercício de Minas Gerais, Antônio Anastasia, Simões entregou aos representantes do Governo um documento com as reivindicações do setor.
Cálculos da Faemg apontam que os produtores amargam queda da renda e alta dos custos de produção. No caso do leite, o preço médio pago ao produtor é de cerca de R$ 0,50 por litro, enquanto o custo de produção gira em torno de R$ 0,70. No ano passado, nesta mesma época, o produtor recebia de R$ 0,85 a R$ 1,00 pelo litro de leite. Mesmo recebendo menos pelo leite, os produtores viram os preços de insumos subirem 60% no mesmo período. Os impactos do descompasso entre preços de venda e custos de produção são maiores em Minas, que responde por um terço da produção nacional de leite: 7,4 bilhões de litros em 2007.
Na cafeicultura, as últimas chuvas de granizo causaram prejuízos nas regiões produtoras, e o acesso ao crédito anda escasso. O setor é importante para a economia mineira e lidera a produção nacional de café, com 22,9 milhões de sacas previstas para a safra 2008/2009, o que corresponde a 50,3% da produção nacional.
Já os produtores de cana-de-açúcar enfrentam uma crise de liquidez. Há usinas que não estão pagando os fornecedores devido à escassa oferta de crédito provocada pela crise global. A diretoria empossada ontem pretende incrementar a interiorização da Faemg, consolidar a formação de novas lideranças e fomentar os processos de gestão com qualidade nos negócios rurais.
Outro objetivo é aumentar a prestação de serviços aos associados, atraindo mais produtores ao Sistema Sindical Rural. Simões pretende firmar convênios com empresas de seguros, de fertilizantes, de máquinas e veículos, obtendo vantagens para os produtores em compras conjuntas. “Queremos dinamizar o nosso sistema”, afirma.
Também compõem a diretoria-executiva da Faemg, além de Simões, Marcos de Abreu e Silva, que assumiu o cargo de diretor-secretário; e João Roberto Puliti, que será diretor-tesoureiro. O mandato da gestão empossada ontem vai até 2011.