Pelo quarto mês consecutivo, em novembro, o desempenho das exportações do agronegócio sofreu queda. As exportações (US$ 6,13 bilhões) se comparadas com o mesmo período de 2013 (US$ 7,16 bi), diminuíram 14,4%. O saldo na balança do agro de novembro foi de US$ 4,89 bi, uma queda de 15,1% em relação a novembro de 2013.
O valor exportado acumulado no ano (US$ 89,9 bilhões) teve queda de 3,8% quando comparado com o mesmo período de 2013 (US$ 93,6 bilhões). O saldo acumulado no ano foi de US$ 74,6 bilhões (4,2% menor que o mesmo período em 2013).
Os demais produtos brasileiros fora do agro tiveram uma grande queda de 30,5% nas exportações (US$ 13,7 bi em 2013, para US$ 9,5 bi em 2014), o que levou a participação do agronegócio nas exportações brasileiras a alcançar um patamar de 39,2% do total das exportações brasileiras.
Com isto, aumentou consideravelmente o déficit da balança comercial brasileira em relação a novembro de 2013, saindo de um déficit de quase US$ 0,2 bilhão para um déficit de US$ 4,2 bilhões. Se não fosse o agronegócio, a balança comercial brasileira teria um déficit de US$ 79 bilhões acumulados no ano, ou seja, mais uma vez o agro evitou um desastre maior na economia brasileira.
Neste novembro, os 10 campeões no aumento das exportações em relação a 2013 foram respectivamente: café verde (aumentou US$ 193,3 milhões em relação a novembro de 2013), algodão não cardado nem penteado (US$ 69,9 mi), carne suína in natura (US$ 45,1 mi), celulose (US$ 22,5 mi), pimenta seca, triturada ou em pó (US$ 21,0 mi), trigo (US$ 20,3 mi), lei te em pó (US$ 17,2 mi), carne bovina industrializada (US$ 12,6 mi), mangas frescas ou secas (US$ 10,5 mi) e madeira perfilada (US$ 9,3 mi). Estes 10 juntos foram responsáveis por um aumento de aproximadamente US$ 425 milhões nas exportações do agro de novembro.
A variação dos preços médios (US$/tonelada) foram as seguintes: trigo (45,6%), café (44,0%), pimenta piper seca, triturada ou em pó (32,7%), carne suina in natura (29,3%), carne bovina industrializada (11,0%), mangas frescas ou secas (7,1%), madeiras perfilada (6,3%), algodão não cardado nem penteado (-8,3%), celulose (-13,3%) e leite em pó (-17,4%).
Os 10 principais produtos que comparativamente a novembro de 2013 diminuíram as exportações e contribuíram negativamente para a meta foram: soja em grãos (queda de US$ 268,0 milhões), milho (US$ 251,4 mi), farelo de soja (US$ 246,1 mi), suco de laranja (US$ 147,8 mi), fumo não manufaturado (US$ 103,4 mi), açúcar de cana em bruto (US$ 88,2 mi), açúcar refinado (US$ 77,6 mi), álcool etílico (US$ 59,8 mi), carne bovina in natura (US$ 38,5 mi) e bovinos vivos (US$ 28,6 mi). Juntos estes produtos contribuíram para a redução nas exportações na ordem de US$ 1,31 bilhão.
As importações do agronegócio comparando-se novembro de 2013 com novembro de 2014 caíram 11,6%, mantendo à tendência de queda observada ao longo de 2013. Importou-se nesse novembro US$ 1,24 bilhão. Dentre os produtos que mais aumentaram nas importações brasileiras estão: carne bovina in natura (US$ 12,9 milhões), cevada (US$ 6,7 mi), álcool etílico (US$ 6,1 mi), farinha de trigo (US$ 4,3 mi) e avelãs (US$ 3,4 mi).
Observou-se neste novembro grande queda nas importações dos principais países compradores do Brasil em termos de importância financeira, principalmente da Países Baixos e China, que juntos diminuíram suas importações em quase US$ 390 milhões. Apesar disso, neste mês alguns dos países importantes para o Brasil aumentaram suas importações como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Hong Kong e principalmente a Rússia.
Neste mês, assim como nos últimos cinco meses (junho, julho, agosto, setembro e outubro), o que tem nos ajudado foram as exportações de café, que a um certo tempo vinham caindo e neste mês aumentaram em relação a 2013, tanto em volume, mas principalmente na recuperação do seu preço. Nos ajudaram também as exportações de carnes, principalmente suína, impulsionado pelo aumento de importações da Rússia. Por outro lado, a soja (principalmente devido a diminuição das importações chinesas) e setor sucroalcooleiro novamente tiveram desempenhos muito a baixos em relação a 2013.
Ficou difícil conseguirmos US$ 100 bilhões de exportação em 2014. Resta esperar por 2015, que começa com um dólar a um patamar de R$ 2,60 e maior crescimento mundial.