Redação (14/05/07) – O setor deve tornar-se um dos principais fatores, senão o principal, da expansão do PIB neste ano, à frente da indústria e do ramo de serviços.
Depois de sucessivos desempenhos brilhantes quando do Governo FHC, o meio rural começou a marcar passo sob a administração petista. Não chegou a recuar, é claro, porém, diminuiu bastante o ritmo, devido particularmente a causas externas.
Os preços de algumas importantes commodities agrícolas já não se mostravam tão atrativos, tendo ocorrido inclusive uma queda na demanda mundial. Do lado interno, condições climáticas adversas concorreram para afetar os resultados do setor, ao tempo em que o câmbio desfavorável, com o real fortemente sobrevalizado frente ao dólar, inibia as exportações.
Num cenário desses, a agropecuária foi compelida a se manter em compasso de espera. Não durou muito, felizmente, e a atividade já se recompõe com dinamismo, e é justo dizer que isto se dá predominantemente em razão de seu próprio esforço, isto é, sem ter recebido estímulos oficiais. O que cabe ressaltar, todavia, é que a situação se recuperou, e as perspectivas são das mais promissoras.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prenuncia para 2007 uma safra recorde de grãos, devendo atingir 127,6 milhões de toneladas. É um feito excepcional, sobretudo se se levar em conta que a área plantada caiu 3,5% em relação a 2006, em razão ainda das já citadas dificuldades então reinantes no mercado internacional. Para este ano, as colheitas de milho e de soja, especialmente o primeiro, apresentarão significativos aumentos, e a de algodão segue no mesmo rumo, ao embalo de problemas havidos em outras regiões produtoras. O café também está em fase propícia, com bons preços decorrentes, entre outras causas, do intenso trabalho que vem sendo realizado pela melhoria de sua qualidade.
Enfim, é novamente um ambiente positivo, tudo indicando que o agronegócio retomará seu lugar como maior sustentáculo do crescimento da economia do País. Com um detalhe relevante: a prevista explosão das lavouras de cana-de-açúcar para a fabricação de etanol não prejudicará o plantio de grãos e cereais. O espaço dá, e sobra, para todos.
Confirmando-se esses prognósticos, pode o Governo Lula rever suas projeções para o PIB neste ano. Não estará exagerando quem disser que ele tem tudo para se aproximar ou até superar os 5% originalmente calculados e, se isto se verificar, certamente que a contribuição da agricultura terá sido fundamental.