Redação (05/08/2008)- O Banco do Brasil pretende liberar R$ 300 milhões em recursos para financiar o agronegócio cearense na próxima safra (2008/2009). Deste montante, cerca de R$ 100 milhões serão destinados à agricultura familiar, ficando o restante (R$ 200 milhões) para as linhas de crédito voltadas à agricultura empresarial. A meta de financiamentos do banco para o Ceará em 2008, considerando todos os setores de negócios, é de R$ 2,5 bilhões.
Os dados foram apresentados durante reunião semanal do Agropacto, ontem, por Adilson Nascimento e Artur Matos, respectivamente, superintendente do BB no Ceará e analista de agronegócio da instituição. Segundo ambos, a meta do banco para 2008 é destinar 30% a mais em recursos para a agricultura do Estado.
´Nas três últimas safras, o volume de recursos aplicados no Ceará ficou em torno de R$ 80 milhões, sendo que na última safra (2007/2008), devido à estiagem, tivemos uma redução para R$ 68 milhões. Esperamos este ano não só retomar a faixa de antes, mas ampliá-la em 30%´, projeta Matos.
Segundo ele, conforme o anuário Exame Agronegócio, o acesso ao crédito rural está em 6º lugar entre os principais obstáculos ao desenvolvimento do agronegócio no Estado, com 10% dos entrevistados. ´O crédito não é mais o principal desafio do agronegócio. Antes dele, os agricultores do Estado apontam outros gargalos como infra-estrutura e logística, carga tributária, taxa de câmbio, barreiras comerciais e questões sanitárias´, observa o analista, para quem a maior dificuldade agora é reduzir os custos.
Artur Matos destacou a posição do Ceará no cenário agropecuário nacional. ´Hoje, o Estado participa com 10% das exportações brasileiras de frutas frescas. Em comparação com outros estados da Federação, o Ceará é o quinto maior exportador de frutas´, diz. Em função da importância que o Estado tem na agricultura do País, ele garante que ´dá para fazer um pouco mais´.
Nas linhas de financiamento voltadas ao custeio agropecuário tradicional, que beneficia produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas, diretamente ou por meio de cooperativas, o banco prevê concessão de crédito com juros de 6,75% (recursos controlados) ao ano, com prazo de pagamento de até dois anos, para valores de R$ 130 mil a R$ 550 mil.
No Proger Rural Custeio, para produtores rurais, proprietários, posseiros, arrendatários ou parceiros, com renda bruta anual até R$ 250 mil, os juros nos financiamentos de até R$ 150 mil são 6,25% ao ano.