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Agronegócio: exportação vai crescer até final do ano, diz ministro

<p>As exportações foram recordes, totalizando R$ 42,2 bilhões.</p><p></p>

Redação (21/11/05) –  – O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou há pouco que a receita cambial obtida com as exportações do agronegócio “vai aumentar algumas centenas de milhões de dólares até o final do ano”, apesar do “lastimável” registro de febre aftosa no Mato Grosso do Sul. Ele não fez estimativas para 2005. Em palestra na 3a Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, Rodrigues lembrou que o saldo comercial do agronegócio nos últimos 12 meses até outubro soma US$ 37,2 bilhões. As exportações foram recordes, totalizando R$ 42,2 bilhões.

O ministro falou por quase uma hora durante o seminário e contou, entre outras coisas, que sua família é basicamente de agrônomos. “Algumas pessoas pensam que minha família não tem imaginação nenhuma, mas é vocação”, disse, bem-humorado. Rodrigues citou dados que indicam que o agronegócio alavanca o Produto Interno Bruto (PIB) de algumas regiões. Em Sorriso, no Mato Grosso, o PIB cresceu 109% nos últimos três anos, muito acima dos 52% da média do Estado. Em Goiás, o crescimento foi de 74%, abaixo dos 123% do município de Rio Verde.

De acordo com Rodrigues, a área plantada com grãos no País cresceu 28% nos últimos 15 anos, mas a produção cresceu 96%, graças, segundo ele, ao uso de tecnologia nas lavouras. “Sem a quebra de 20 milhões de toneladas na safra 2005/06, a produção seria recorde histórico”, disse. Problemas climáticos prejudicaram o desenvolvimento da safra agrícola.

Ele lembrou que a área cultivada no País é de 62 milhões de hectares, sendo 47 milhões destinados a culturas anuais e 15 milhões para lavouras perenes. Outros 200 milhões de hectares são destinados às pastagens, mas em 15 anos, desse total, 30 milhões de hectares serão destinados à produção agrícola. “Isso sem precisar derrubar uma árvore da Amazônia”, disse. “Nenhum país tem o potencial agrícola que o Brasil tem.”

De forma indireta, ele criticou a Justiça, que, muitas vezes, dá ganho de causa a um produtor ou comprador que não quer entregar seus grãos vendidos a um preço pré-estabelecido. Essa operação, muito comum na agricultura, é chamada de compra antecipada, mas os contratos não são cumpridos quando os preços no momento da entrega estão muito acima ou abaixo do combinado anteriormente. “Isso dá insegurança ao processo produtivo. Precisamos avançar com marcos regulatórios mais específicos”, avaliou.

Sem maiores críticas, Rodrigues falou também da questão orçamentária. Ele lembrou que o orçamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) representa menos de 0,6% do PIB agrícola do País. No caso da defesa sanitária, esse porcentual é inferior a 10%. Rodrigues também apresentou números referentes à Embrapa. O lucro social da estatal foi de R$ 11,9 bilhões em 2004. “O lucro social significa que as 30 novas tecnologias disponibilizadas geraram mais empregos, exportações e aumento de produtividade. Os R$ 11,9 bilhões é soma de tudo isso”, completou. Essas tecnologias responderam pela geração de 206,8 mil nosso empregos. “Para cada real investido na Embrapa, R$ 13 voltam para a sociedade”, completou.

Ele reafirmou também que a indefinição quanto à situação sanitária do Paraná dificulta as negociações para reabertura de mercados que suspenderam as compras de carne brasileira depois da descoberta de aftosa no Mato Grosso do Sul. “Enquanto não tiver clareza, não temos argumentos para negociar o fim do embargo”, completou.