Redação (06/08/2008)- O PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio mineiro cresceu 7,9% nos cinco primeiros meses de 2008. Conforme pesquisa feita pelo Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo), o montante deve chegar a R$ 82,3 bilhões neste ano. O trabalho é patrocinado pela FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais) e SEAPA (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
A pesquisa revela a continuidade de duas tendências verificadas em 2007. A primeira é o maior e mais equilibrado crescimento do PIB do agronegócio da pecuária (11,62%) que o agronegócio da agricultura (4,4%). Além de ter crescido menos, a agricultura registrou queda na agroindústria de base vegetal (-2,42%). A segunda tendência que vem se mantendo ao longo deste ano é o maior incremento do PIB do segmento de insumos, principalmente no agronegócio da agricultura.
No segmento primário, a produção agrícola cresceu 13,5%, puxada pelos grãos; na pecuária, carne e leite foram os principais responsáveis pela alta de 11,9%. O crescimento negativo da indústria de base vegetal deve-se, sobretudo, ao momento delicado por que passa o setor sucroalcooleiro: de janeiro a maio, os preços do álcool anidro, álcool hidratado e açúcar tiveram queda de -19,6%, -21,1% e -28%, respectivamente, em relação a igual período de 2007.
Insumos
Já o segmento de insumos registrou crescimento nos dois conjuntos do agronegócio, mas a expansão foi maior na agricultura. Comparado com os cinco primeiros meses de 2007, o grupo adubos – fertilizantes – corretivos de solo teve aumento de 57%. Mas, alguns fertilizantes tiveram alta de mais de 100% nos últimos 12 meses. O impacto é maior para as lavouras, já que esses produtos representam 81,5% do PIB de insumos para agricultura, contra 23,4% na pecuária.
“Esses dados mostram que, pelo menos em 2008, o aumento na geração de valor no agronegócio mineiro pode nem sempre se refletir em aumento de renda real para os produtores rurais”, analisa o coordenador da Assessoria Técnica da FAEMG, Rodolfo Oliveira. Nesse sentido, ele recomenda muito cuidado na análise desses dados e observa que se deve levar sempre em conta a rentabilidade da produção agropecuária.