Redação (17/05/06)- Ao analisar a atual política econômica do governo federal, o economista Paulo Rabello de Castro lembrou que o custo ao produtor rural em termos de juro real é de 40%. Seu cálculo leva em consideração o Índice de Preço no Atacado (IPA) para grãos e cereais (preço recebido pelo produtor), com deflação de 22,5% em dois anos, somada à taxa básica de juros (Taxa Selic), de 15,75%.
Por conta dessa situação, diz, nos últimos dois anos, houve retirada de R$ 15,2 bilhões da renda de regiões produtoras de soja, por exemplo. Desde o Rio Grande do Sul, passando por Mato Grosso, até ao Maranhão.
Como saída para a dificuldade do setor, o economista apontou o financiamento de R$ 7 bilhões de recursos retirados do depósito compulsório bancário. Os sojicultores pagavam 12 vezes encargos financeiros que tinham em 2004, hoje não pagam meio encargo. A dívida era de um terço em 2004 e em 2006 essa dívida passou a ser dez vezes maior que a sua rentabilidade, definiu.
Arrecadação e empregos
Como um dos palestrantes do seminário que aconteceu em Brasília, o economista Paulo Rabello de Castro, afirmou que os governadores começam a sentir a diminuição da arrecadação e de empregos nas áreas urbanas, diante da dificuldade do agronegócio.
Estamos diante de uma grave deflação, com uma estimativa de perda da riqueza de 5% a 10%. Ou seja, o Produto Interno Bruto, PIB, das regiões produtoras ligadas ao agronegócio viverão a depressão econômica, com perda de arrecadação e empregos, repetiu em mais de uma vez em sua exposição ao receber sinal de confirmação dos governadores Blairo Maggi e Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul.
O seminário no Auditório Petrônio Portella, no Senado Federal, contou com a presença de oito governadores e cerca de mil produtores rurais e parlamentares.