Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Agropecuaristas querem mais do governo

<p>Obras de infra-estrutura e reforma da legislação de transgênicos estão na pauta dos produtores.</p>

Redação (30/05/06)- Atendidos nos pedidos de renegociação de dívidas e mais financiamento para a agricultura, os produtores agora ampliam a pauta e pedem mais do governo federal para resolver os entraves do setor: obras de infra-estrutura, reforma da legislação de transgênicos, novos acordos de livre comércio, redução da tributação sobre insumos, entre outros. Para o setor, a valorização do real, citada como problema por dez entre dez agricultores do país, teria desmascarado os problemas, uma vez que um dólar forte compensaria as outras dificuldades ao gerar mais dinheiro para os produtores.

“É errôneo jogar todas as expectativas em cima do câmbio. O dólar alto maquia os problemas. O pacote não atendeu às expectativas de mudanças estruturantes, o tema foi tratado de maneira insipiente”, diz Ricardo Cota, superintendente-técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária). Para ele, o setor “estava pendurado de ponta-cabeça”, e o pacote do governo -terceiro, em menos de três meses- revirou o paciente. Agora, faltaria fazê-lo andar novamente.

As pedras são atiradas contra o governo, que deveria acelerar a aprovação do algodão geneticamente modificado RR e BT, em menos de dois anos, caso contrário o Brasil sai do mercado, segundo a CNA. Deveria, de acordo com a entidade, retaliar a União Européia, no açúcar, e os Estados Unidos, no algodão, por não cumprirem determinações de painéis da OMC (Organização Mundial do Comércio). Mas isso não foi abordado no pacote de R$ 60 bilhões para o Plano Safra e regras para alongamento de dívidas.

“O tratamento dado à questão do endividamento pelo menos aliviou a barra do produtor, que agora pode fazer novos financiamentos para pagar dívidas e ter algum capital”, disse Cota. A diretoria da CNA disse que não orienta “nem a parar nem a continuar os protestos”, pois isso seria decisão local de produtores. A decisão de como pressionar o governo será tomada amanhã, em Brasília.