Como sinalizado, as expectativas dos suinocultores estão sendo correspondidas. A semana começou com melhoras consideráveis nas bolsas de suínos de São Paulo e Minas Gerais, mostrando uma reação do mercado com menor oferta e mais procura. Segundo a Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), os novos preços estão em R$ 73,00 a R$ 75,00/@, que representam respectivamente R$ 3,89 a R$ 4,00/kg vivo. Já a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG), contou com a abertura do valor de R$ 3,70 por parte dos frigoríficos, que relutaram para não atender a sugestão de R$ 3,90.
São Paulo
Com mercado firme e procurado, a APCS Bolsa de Suínos informou novos preços em R$ 73,00 a R$ 75,00/@, que representam respectivamente R$ 3,89 a R$ 4,00/kg vivo. Presidente da associação, Ferreira Júnior, explica que já na última sexta-feira (20/05) o mercado fechou com preço comercializado em torno de R$ 70/@ = R$ 3,73 Kg/vivo e ontem (23/05) foi sinalizado a referência entre R$ 73 e R$ 75/@ = R$ 3,89 a R$ 4 Kg/vivo (posto frigorifico 21 dias). “Após a bolsa, foram sinalizados negócios efetivos na região de Bragança Paulista e Sorocaba entre R$ 74, e R$ 75. A tendência é de que os preços de referência da bolsa sejam alcançados ao longo nas próximas horas ou dias”, conta.
Segundo Ferreira Júnior, os valores ainda continuam abaixo do custo. “O custo do produtor paulista é de R$ 85, que representa R$ 4,53 – custo este considerando o milho de R$ 53/saca de 60 Kg e farelo de soja de R$ 1.500, ton/Campinas”, aponta. “Mesmo com os preços sendo reanimados essa semana, os suinocultores continuam perdendo”, concluí.
Minas Gerais
Embasados pelo cenário positivo apontado pela pesquisa MERCOMINAS, pelo fechamento da Bolsa de São Paulo de R$3,89 a R$4,00 e também pelo preço da carcaça na região de Campinas, no valor de R$5,96/kg, o que no caso representaria um suíno vivo a R$ 3,97, os suinocultores mineiros tentaram negociar um maior incremento, sugerindo o valor de R$ 3,90, para comercialização do quilo do animal vivo, não havendo abertura por parte dos frigoríficos. Ainda assim, fechando em R$ 3,70 esta semana.
Segundo o presidente da ASEMG, Antônio Ferraz, o aumento já era previsto como fator para recuperação do mercado devido à estação e lei de oferta e procura. “Não têm suínos em Minas, com isso aumenta a procura e aquece o mercado. Queríamos fechar em R$ 3,90, mas os frigoríficos não aceitaram”, explica.
Com o feriado de Corpus Christi, nesta quinta-feira (26/05), sendo um dia a menos de abate nesta praça, é esperado uma reação ainda melhor. “Não acreditamos que o feriado irá interferir no mercado, pelo contrário, vai ter oferta menor, o que poderá ajudar numa nova recuperação”, aponta Ferraz que sinaliza ainda trabalhar no vermelho. “O custo é R$ 4,20, mas esperamos que nos próximos 15 dias haverá um empate, diminuindo a margem”, salienta. A validade da sugestão de R$3,90/kg do animal vivo é até o dia 30/05 quando haverá nova reunião.
Custos
A Embrapa Suínos e Aves de Concórdia divulgou na sexta-feira o cálculo do mês de abril que apontou aumento de 2,95% no custo do suíno, o que não é bom para o produtor, nem para o consumidor.
O analista da Embrapa Ari Jarbas Sandi disse que o preço do milho continua pressionando os custos. O cereal aumentou 8,73% em Santa Catarina e 12.,12% no Paraná. As agroindústrias estão pagando mais de R$ 50 por saca.
Havia uma expectativa de redução no preço mas uma queda na produção norte-americana e falta de chuva no plantio da safrinha no Centro-Oeste acabaram mantendo os preços.