O Brasil deve recuperar, neste ano, o recorde de exportações ao Chile, alcançado em 2008, de quase US$ 4,8 bilhões, e o comércio total com o país andino, somadas as importações feitas para o mercado brasileiro, deve chegar a US$ 10 bilhões até 2011, prevê o embaixador brasileiro em Santiago, Mário Vilalva, ex-diretor do departamento de Promoção Comercial do Itamaraty. “Vínhamos superando ano a ano o volume de exportações ao Chile, até o ano passado. Vamos retomar esse ritmo”, garante.
Em 2009, com a crise financeira, as vendas ao mercado chileno caíram quase 45% depois de um período de crescimento que se acelerou entre 2004 e 2006 e perdeu ritmo nos dois anos seguintes. Em 2010, as vendas foram favorecidas pela recuperação da economia chilena, após a crise financeira e o forte terremoto que abalou o país no início do ano.
A recuperação nos preços de commodities contribui para aumentar o valor da vendas ao Chile, que, apesar da queda nos preços de seu principal produto de exportação, o cobre, tem facilidade de financiamento internacional e é um dos raros países sem dívida pública líquida. Após anos de negociação, o Brasil conseguiu suspender o embargo à carne bovina, levantado desde o surto de febre aftosa em 2005. O resultado foi imediato, com as vendas de carnes desossadas de bovinos passando de 355 quilos, no primeiro semestre de 2009 para mais de 26 toneladas entre janeiro a junho deste ano, o que elevou o produto ao décimo lugar na pauta de exportações brasileira ao Chile.
O sinal verde das autoridades sanitárias ajudou as vendas de outros produtos alimentícios não sujeitos a embargo, como pedaços de frango congelados, cujas vendas cresceram mais de 830% no primeiro semestre. A solidez da economia chilena e seu ritmo de crescimento devem garantir a demanda para mais produtos brasileiros, que, acredita o embaixador, tende a aumentar também com os investimentos de empresas brasileiras no território chileno, hoje em torno de US$ 2 bilhões.