Alimentos mais caros, férias e tarifas de telefone mais altas sustentaram a inflação para os idosos no terceiro trimestre, mesmo com a desaceleração de vestuário, habitação e saúde e cuidados pessoais. Nesse período, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) entre as famílias majoritariamente compostas por pessoas com mais de 60 anos de idade, avançou 1,39%, repetindo a taxa observada no segundo trimestre.
“Determinadas classes de despesas que vinham com aceleração nos preços passaram a ter preços menores ou crescendo com menos intensidade. No fim, a alta de 1,39% acabou sendo uma compensação de resultados”, disse Salomão Quadros, coordenador dos índices de inflação da FGV.
Dos oito itens que compõem o IPC-3i, quatro aceleraram no terceiro trimestre. Destaque para a alta observada pela alimentação, que foi de 2,19% para 4,05%. Nesse período subiram, principalmente, os itens tomate (de 23,96% para 69,25%), hortaliças e legumes (de 16,70% para 26,73%), e carnes bovinas (de -1,45% para 2,28%).
“De maneira geral os alimentos têm sido prejudicados por questões climáticas, que dificultam safras, como as do tomate. No caso de carnes bovinas, começam a aparecer os efeitos da seca nos Estados Unidos, que impactaram as safras de milho e soja, aumentando os preços de derivados desses grãos, como ração animal, e agora chega ao produto final”, afirmou Quadros.
O grupo educação, leitura e recreação subiu 1,24% no terceiro trimestre, depois de ter alta de 0,56% no segundo trimestre. Essa classe de despesa foi impulsionada, entre o segundo e o terceiro trimestre, pela elevação dos preços de hotéis (de 2,12% para 3,04%) e excursão (de -3,32% para 5,15%).
“A elevação nos preços desse grupo deveu-se à recreação, integrado por hotéis e excursão. Como julho é um período de férias, os preços desses itens acabam subindo, com a maior demanda por esses serviços”, disse Quadros.
As outras classes de despesa que aceleraram no IPC-3i, na passagem do segundo para o terceiro trimestre, foram transportes (de -0,53% para -0,25%) e comunicação (de -0,14% para 0,91%).
No grupo comunicação, a FGV observou aumento na tarifa de telefone residencial de 0,96% no terceiro trimestre em relação ao segundo, quando o item havia caído 0,57%. Já a telefonia móvel, depois de ter baixa de 0,11% no segundo trimestre, avançou 1,21% entre agosto e setembro.
No terceiro trimestre a FGV apurou desaceleração nos preços de habitação (de 1,36% para 1,21%), vestuário (1,45% para -0,91%), saúde e cuidados pessoais (de 2,21% para 1,10%), e despesas diversas (de 6,19% para 0,78%).
Os preços de despesas diversas desaceleraram em razão do cigarro, item que havia subido 20,32% no segundo trimestre, devido ao reajuste do governo, mas que caiu 0,08% no terceiro trimestre.